Quinta, 27 de julho de 2023

(Ex 19,1-2.9-11.16-20; Dn 3; Mt 13,10-17) 16ª Semana do Tempo Comum.

“É por isso que lhes falo em parábolas, porque veem sem ver e ouvem sem ouvir nem entender” Mt 13,13.

“Ver sem ver e ouvir sem ouvir, à primeira vista, pode parecer um absurdo, mas na realidade, isto acontece. E quando? Quando olhamos tudo, mas não olhamos com profundidade. Quando olhamos as coisas e não vemos a mensagem que cada uma delas transmite. Quando vemos as realidades e não vemos o que está por trás de todas. Quando vemos superficialmente o que se encontra em derredor de nós e não mergulhamos em sua essência. Quando vemos só o que está acontecendo hoje e não vemos o que pode acontecer amanhã. Quando só vemos de modo global, e não vemos também, de modo particular. Exemplificando. Quando só vemos o prédio construído e não vemos o trabalho sacrificado do pobre peão que deu toda a sua energia em prol do seu soerguimento. Quando vemos a beleza e a majestade da árvore e não vemos a pequenez da semente que nela se transformou. Quando vemos a doença que estamos tendo e não vemos o infinito número de dias que passamos gozando de perfeita saúde. Quando só vemos o que Deus quer dos outros e não vemos o que ele quer de nós. A mesma coisa podemos asseverar a respeito do ‘ouvir sem ouvir’, do ‘ouvir sem entender’. É que não deixa de existir uma certa diferença entre o ouvir e o escutar. O ato de ‘escutar’ é quase que só fisiológico, enquanto o ato de ouvir é mais espiritual. Escutamos o que, às vezes, nem desejamos escutar, mas só ouvimos aquilo que nos interessa ouvir. Daí, existirem os que não põe em prática a palavra de Deus porque escutaram, mas não a ouviram. Perceberam-lhe o som, mas não sua mensagem. Em meio de quais estamos? – Senhor, favorecei-nos com a graça de ver com os olhos e ver com o coração, também em consequência de termos ouvido quem nos ensina uma coisa e outra. Amém.” (José Gilberto de Luna – Graças a Deus (1995) – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite