Quinta, 06 de julho de 2023

(Gn 22,1-19; Sl 114[115]; Mt 9,1-8) 13ª Semana do Tempo Comum.

“Apresentaram-lhe, então, um paralítico deitado numa cama. Vendo a fé que eles tinham,

Jesus disse ao paralítico: ‘Coragem, filho, os teus pecados estão perdoados!’” Mt 9,2.

“Estes evangelhos são destinados a demonstrar o poder de Jesus; primeiramente seu poder sobre os elementos da natureza: vento, mar, tempestades; em seguida o poder sobre o espírito do mal; e neste evangelho, demonstra-se o poder supremo de perdoar os pecados, poder exclusivo da divindade. Jesus tem, como preocupação principal, curar a alma, mais que a cura do corpo e, quando concede a saúde do corpo, é para que se viva em maior plenitude a saúde espiritual. Tenhamos confiança na bondade do Senhor; não agora menos compassivo e misericordioso conosco como no passado o foi com seus conterrâneos. Também diz-nos o mesmo que ao pobre doente: ‘Meu filho, coragem! Teus pecados te são perdoados’ (v. 2). A confiança em sua bondade para perdoar é que conseguirá o perdão. Jesus perdoa os pecados. O perdão dos pecados era descrito no Antigo Testamento como um dom messiânico: para isso vinha precisamente o Messias: para conseguir-nos o perdão, para transmitir-nos o perdão do Pai, porque ‘não é mão do Senhor que é incapaz se salvar, nem seu ouvido demasiado surdo para ouvir’ (Isaías 59,1). O perdão dos pecados era um fato que não se podia constatar; por isso, alguns escribas e fariseus começaram a murmurar, como que pedindo outro fato que convencesse da existência efetiva de que realmente tinha-se conseguido o perdão dos pecados. Essas murmurações e críticas foram formuladas, mas o Senhor Jesus, ‘penetrando-lhes os pensamentos’ (v. 4), respondeu-os: ‘Por que pensais mal em vossos corações?’ (v.4). Nem sempre formulamos certos reparos sobre a vontade de Deus, ou sua divina providência; porém, em nosso interior, questionamos o plano de Deus sobre nós; protestamos em nosso íntimo com protesto silencioso, não expresso, mas sentido. O poder de perdoar os pecados pertence propriamente a Jesus; Cristo fala e age com autoridade própria. A afirmação de que Jesus era o Filho de Deus tinha de ser demonstrada; Jesus manifesta sua divindade, penetrando na intimidade dos pensamentos e dos sentimentos dos escribas; por isso, pergunta: ‘Por que pensais mal em vossos corações?’ Não nos esqueçamos de que entre os semitas, o coração era considerado como a sede dos pensamentos. No entanto, Jesus quis tornar participantes de seu poder de perdoar os pecados os seus ministros, que o exercem em seu nome e com sua delegação; é para glorificar a Deus, que ele tenha dado aos seus ministros este poder” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite