Terça, 25 de julho de 2023

 (2Cor 4,7-15; Sl 125[126]; Mt 20,20-28) São Tiago Maior, apóstolo.

“Pois o Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir

e dar a sua vida como resgate em favor de muitos” Mt 20,28.

“As relações bíblicas dos Doze mencionam duas pessoas com este nome: Tiago, filho de Zebedeu, e Tiago, filho de Alfeu (cf. Mc 3,17; Mt 10,2-3), que tradicionalmente se diferenciam com nomes de Tiago Maior e Tiago Menor. Estas designações não pretendem, naturalmente, mediar a santidade deles, mas apenas testemunhar a diferente relevância que recebem nos escritos do Novo Testamento e, em particular, na presença na vida terrena de Jesus. Hoje dedicaremos a nossa atenção ao primeiro desses personagens homônimos. O nome Tiago é a tradução de ‘Iákobos’, forma helenizada do nome do célebre patriarca Jacó. O apóstolo assim chamado é irmão de João, e nas listas citadas ocupa o segundo lugar depois de Pedro, como em Marcos (3,17), ou o terceiro lugar depois de Pedro e de André, no Evangelho de Mateus (10,2) e no de Lucas (6,14), enquanto nos Atos aparece depois de Pedro e João (1,13). Este Tiago pertence, junto a Pedro e a João, ao grupo de três discípulos privilegiados que foram reconhecidos por Jesus em momentos importantes de sua vida. Ele teve a ocasião de assistir, como Pedro e João, à agonia no Jardim de Getsêmani e ao acontecimento da transfiguração de Jesus. Trata-se de duas situações muito diferentes: num caso, Tiago, com os outros apóstolos, experimenta a glória do Senhor, o vê conversando com Moisés e Elias, vê transpirar o esplendor divino em Jesus; no outro, encontra-se diante do sofrimento e da humilhação, contempla com seus próprios olhos como o Filho de Deus se humilha e é obediente até a morte. Certamente, a segunda experiência constituiu para ele uma ocasião de amadurecer a sua fé, para corrigir a interpretação unilateral, triunfalista, da primeira: ele teve que compreender que o Messias, esperado pelo povo judeu como um triunfador, na verdade não estava rodeado de honras e glória, mas também de tormentos e fraquezas. A glória de Cristo se mantinha precisamente na cruz, com sua participação em nosso sofrimento” (Bento XVI – Os Apóstolos e os primeiros discípulos de Jesus – Planeta).

Pe. João Bosco Vieira Leite