(Gn 46,1-7.28-30; Sl 36[37]; Mt 10,16-23) 14ª Semana do Tempo Comum.
“Vós sereis odiados
por todos por causa do meu nome. Mas quem perseverar até o fim, esse será
salvo”
Mt 10,22.
“O quadro da missão
descrito por Jesus ao enviar seus apóstolos ajuda-nos a compreender por que ele
insistiu no tema da perseverança até o fim, como penhor de salvação. De fato,
as palavras do Mestre não deixavam margem para ilusões: o cumprimento do
mandado missionário aconteceria em meio a dificuldades e reveses, exigindo
muita fibra e muita garra para serem enfrentados. Personalidades dúbias,
inseguras e medrosas estavam, de antemão, excluídas deste projeto missionário.
A realidade descrita por ele tem um quê de aterrador. Os missionários serão
entregues aos tribunais, flagelados nas sinagogas, arrastados diante de reis e
governadores, vitimados por seus próprios familiares, odiados por todos.
Bastava que as primeiras comunidades cristãs considerassem a experiência de
Jesus para se darem conta do significado da exortação do Mestre. Ele falava da
própria experiência. Evidentemente, nenhum apóstolo estaria em condições de
suportar tudo isto, e perseverar até o fim, sem contra com o auxílio divino.
Daí o alerta de Jesus a respeito da ação do Espírito do Pai, em favor dos
apóstolos, de modo especial nos momentos difíceis da missão. Nos tribunais, o
Espírito colocaria em suas bocas as palavras adequadas. Ao serem flagelados,
dar-lhes-ia forças para suportar. Ao serem objeto do ódio dos familiares,
dar-lhes-ia a capacidade de não fraquejar. O Espírito é quem torna possível a
perseverança. – Pai, reveste-me com a força do teu Espírito a fim de
que eu tenha força suficiente para perseverar, até o fim, no cumprimento da
missão recebida de Jesus” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano A] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite