Quarta, 05 de julho de 2023

(Gn 21,5.8-20; 33[34]; Mt 8,28-34) 13ª Semana do Tempo Comum.

“Levanta-te, toma o menino e segura-o bem pela mão, porque farei dele um grande povo” Gn 21,18.

“Interferências humanas, zombarias, discórdias, ciúmes, rejeições, abandonos estão presentes neste relato histórico que envolve Abraão, Sara, Isac, Agar e Ismael. Estas ações negativas enfatizam o quanto os seres humanos, limitados por sua natureza, causam dor, miséria e abandono. Vemos no cap. 16 Sara preocupada em suscitar herdeiros em seu marido. Facilita a aproximação de sua serva Agar a ter um filho com Abraão. Após a constatação da gravidez vêm as provocações e relacionamentos difíceis. As feridas não curadas se tornam abertas e dolorosas quando então Sara gera um filho e seu esposo, após o desmame deste, resolve fazer um grande banquete. A forma de Ismael zombar do pequeno Isaac foi a gota d’água. Sara interferiu e Abraão tomou dramática decisão ao pôr para fora de casa Agar e seu filho Ismael. Havia alguma provisão, porém o Deserto de Berseba era hostil e de difícil sobrevivência. Lá estavam os peregrinos debaixo de arbustos, sem provisões e um pouco distantes um do outro. Agar não queria presenciar a morte do menino. Neste momento de grande dificuldade surgem as soluções que marcam a novidade da graça divinal. Ismael esquece as zombarias, lembra da promessa ‘multiplicarei sobremodo a tua descendência’ (16,10) e, certamente, tendo aprendido bons hábitos na casa do seu pai, ora ao Senhor e, conforme o Anjo de Deus, é atendido. Erguer, levantar, segurar, ser um grande povo são palavras indicativas da graça de Deus que fazem crer que o amanhã existirá. Os olhos passam a enxergar o poço de água ali existente. A presença de Deus era perceptível. O viver e morar com dignidade era possível. Uma grande nação haveria de nascer. – Senhor! Agrada-nos saber que, apesar das zombarias do mundo, somos agraciados pelo teu amor e desafiados a sermos um grande povo que anuncia esperança e verdade. Queremos estar prontos. Envia-nos. Amém” (Arnaldo Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite