Terça, 04 de julho de 2023

(Gn 19,15-29; 25[26]; Mt 8,23-27) 13ª Semana do Tempo Comum.

“O Senhor fez então chover do céu enxofre e fogo sobre Sodoma e Gomorra” Gn 19,24.

“O cenário geográfico-apocalíptico da costa meridional do mar Morto sugere a ideia de um cataclismo que tenha, em tempos remotos, extinguido a vida e tornado árida a terra e as águas. A florescente Pentápole de que Sodoma e Gomorra constituíam as localidades mais conhecidas, viu chegar o seu fim devido à corrupção dos seus habitantes, diz o hagiógrafo: nada é neutral na nossa vida, nada escapa às consequências, para o bem e para o mal. A narração bíblica, enquanto atribui à direta causalidade divina o mistério da força destruidora da Natureza, pretende salvaguardar a equidade do Senhor: se a Natureza, assolada pelo pecado do homem, é cega, não o é a vontade divina, que poupa os justos à morte. Voltar-se para trás por parte da mulher indica, mais que curiosidade, a necessidade de certezas, incapacidade de seguir em frente confiando totalmente no Senhor. O fato de se tornar estátua de sal, sugerido pelas fantasiosas concreções que se formam nas margens do mar Morto, exprime muito eficazmente a imobilidade e a esterilidade de quem acolhe só com reservas o apelo de Deus” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).

Pe. João Bosco Vieira Leite