(Gn 41,55-57; 42,5-7.17-24; Mt 10,1-7) 14ª Semana do Tempo Comum.
“Todo o Egito começou
sentir fome, e o povo clamou ao faraó, pedindo alimento. E ele respondeu-lhe:
‘Dirigi-vos a José e
fazei o que ele vos disser’” Gn 41,55.
“Com o capítulo 37 do
Gênesis tem início a longa narração da história de José, que alonga por todo o
resto do livro, até ao capítulo 50. A narração, baseada em antigas memórias,
assume as características dos contos edificantes, os quais para além da função
de constituírem em relação entre a saga dos Patriarcas e a história do Êxodo,
desempenha um papel de encorajamento moral. A leitura litúrgica põe de lado
toda a primeira parte da história de José e começa a partir do capítulo 41.
Estamos já no ponto em que, impelidos pela carestia, os irmãos de José chegam
ao Egito para procurar auxílio. [Compreendendo nosso
texto:] Deus não abandona o justo no momento do perigo, antes o assiste
e guia ocultamente coma Sua ação providente, e daquilo que parecia ser um mal
faz um bem, para a salvação do povo. José, o filho predileto de Jacó, fora
vendido por ódio pelos irmãos mais velhos, e conduzido para o Egito. Aqui,
graças à sua integridade moral e ao dom de interpretar os sonhos, de escravo
chega a desempenhar o mais alto cargo do reino, só subordinado ao Faraó,
conseguindo enfrentar, com sua gestão cuidadosa das reservas agrícolas, uma
grande carestia que atinge igualmente a terra de Canaã. Quando os outros filhos
de Jacó partem para o Egito para comprar trigo, não reconhecem, sob as vestes
do altíssimo dignatário, o irmão por eles vendido. O pedido de José, para lhes
trazerem o irmão mais novo, Benjamim, serve para verificar se o coração dos
irmãos tinha mudado. Com admirável habilidade literária o narrador expõe, num
registro duplo, a parte oficial mantida por José, e o seu pranto escondido” (Giuseppe
Casarin – Lecionário Comentado [Tempo Comum – Vol. 1] – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite