Sábado, 22 de julho de 2023

 (Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2.11-18; Jo 20,1-2.11-18) Santa Maria Madalena.

“Então Maria Madalena foi anunciar aos discípulos: ‘Eu vi o Senhor!’ e contou o que Jesus lhe tinha dito”

Jo 20,18.

“A tradição ocidental vê reunidas em Maria Madalena três figuras bíblicas. A pecadora que lavou os pés de Jesus com suas lágrimas e os ungiu com óleo (Lc 7,36-50); Maria, a irmã de Lázaro e de Marta, de acordo com os capítulos 11 e 12 do Evangelho de João; e Maria Madalena, a primeira testemunha da ressurreição. As ledas que surgiram no Ocidente a respeito de Maria Madalena veem sempre essas três figuras juntas numa única Maria Madalena. E constituem com elas uma única imagem: a imagem da pecadora convertida, que amou com plena intensidade o Senhor justamente contra o pano de fundo do seu passado de pecado, tornando-se digna com isso do encontro com o ressuscitado. Isso revela uma teologia própria, que louva o mistério da graça de Deus, que presenteia com grandes dádivas justamente a pecadora. A tradição ocidental conta que Maria Madalena foi posta num navio juntamente com seu irmão, Lázaro, e sua irmã, Marta, pelos infiéis e despachada ao mar. O navio desembarcou em Marselha. Maria Madalena passou a pregar aí, encantando a todos com sua beleza. Depois da conversão de inúmeras pessoas, Maria se recolheu numa caverna solitária. Ali ela morou anonimamente por trinta anos, recebendo dos anjos alimentos celestes. Sempre que rezava, os anjos a erguiam até os céus. Quando morreu numa igreja, esta foi preenchida por um suave perfume durante uma semana. Mais tarde, os ossos da Santa foram levados para Vézelay, onde ainda hoje é especialmente venerada. Hoje muitas mulheres desaprovam a fusão das três Marias na figura de Maria Madalena. Temos aqui duas maneiras de ver Maria. Cada uma delas tem, certamente, sua justificação. O tema da pecadora convertida tocou muitas pessoas e lhes deu esperança em seu próprio caminho de conversão. A crítica feminina a essa visão é que ela promove uma imagem negativa da mulher, pois entende sempre a mulher como pecadora. Historicamente, é mais provável que os evangelhos falem de três mulheres distintas” (Anselm Grüm – 50 Santos – Loyola).   

Pe. João Bosco Vieira Leite