Terça, 01 de março de 2022

(1Pd 1,10-16; Sl 97[98]; Mc 10,28-31) 

8ª Semana do Tempo Comum.

“Respondeu Jesus: ‘Em verdade vos digo, quem tiver deixado casa, irmãos, irmãs, mãe, pai, filhos, campos, por causa de mim e do Evangelho, receberá cem vezes mais agora, durante esta vida – casa, irmãos, irmãs, mães, filhos e campos, com perseguições –, e, no mundo futuro, a vida eterna” Mc 10,29-30.

“Em 1974, quando fui para o Recife, Pernambuco, a fim de exercer ali meu pastorado, estranhei bastante um fato: mesmo sendo ali a sede episcopal do mundialmente famoso D. Hélder Câmara, não se ouvia nem se lia sobre ele nenhuma reportagem, nenhum artigo, nenhuma citação. Era como se ele, para os meios de comunicação, sequer existisse. Era perseguição? Evidentemente que sim. Só que essa perseguição não se dirigia contra o cristianismo oficial, pois igrejas das mais diversas denominações abriram suas portas, faziam suas campanhas, realizavam festas e tudo mais que lhes fosse próprio. A perseguição, ainda que velada, só se fazia contra quem ousasse encarnar o espírito de Cristo, ou seja, contra quem lutasse pela sorte dos oprimidos. E hoje, a mesma perseguição, velada, ainda se faz contra, por exemplo, a Teologia da Libertação, condenada na mídia a um voto de absoluto silêncio. Cristo, porém, anima seus seguidores a resistir, pois ele tem uma mensagem de perdão e libertação que deve superar todos os obstáculos não importando se são de ordem pessoal, institucional ou de outra qualquer. Talvez soframos com isso e percamos laços de amizade ou até mesmo de parentesco. Mas que importa? Além da suprema compensação de já estarmos na companhia de Cristo, teremos ainda a de contarmos com verdadeiros amigos e companheiros. – Teu amor, Jesus, nos dá forças para rompermos barreiras e lutar a favor do oprimido. Não nos deixes desanimar: o oprimido, com o qual te identificas, precisa de nós. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite