(Tg 5,1-6; Sl 48[49]; Mc 9,41-50)
7ª Semana do Tempo Comum.
“Quem vos der a beber
um copo de água, por que sois de Cristo, não ficará sem receber a sua
recompensa” Mc 9,41.
“Recompensa é coisa
boa. Quem não gosta? A criança comporta-se bem e ganha dos pais o prometido
brinquedo. O aluno esforça-se e obtém a esperada nota. O trabalhador faz a sua
parte e consegue, ou pelo menos acha que consegue, o merecido salário. Tudo, ou
quase tudo, se move pelo estímulo recompensa. Por isso, até um grupo de
psicólogos estabeleceu uma teoria (behaviorismo, reflexos condicionados, etc.)
que nada mais é que a aplicação sistemática da recompensa. No aspecto
religioso, as coisas são muito diferentes. O estímulo recompensa pode ser
adiado para o fim da vida para uma outra vida numa possível reencarnação ou
para a vida eterna – mas nunca deixa de ser prometido. O próprio cristianismo
não é estranho a essa ideia. ‘Faze isto e viverás’; ‘Tive fome e me deste de
comer’ – são apenas algumas afirmativas pinçadas que falam de recompensa. O
cristianismo não é estranho à ideia, mas a aprofunda. Faz dela não um mero
sistema de toma-lá-dá-cá, mas a coloca no coração gracioso de Deus. No fundo, é
o próprio Deus recompensando as obras que ele faz através de seus filhos, como
disse o Apóstolo: ‘Estou pregado à cruz de Cristo. Eu vivo, mas já não sou eu,
é Cristo que vive em mim’ (Gl 2,19.20). É nessa profundidade da comunhão de
Deus, portanto, que entram o simples copo de água e sua recompensa. Jesus não
está olhando para coisas extraordinárias, mas tão-somente para as pequenas
coisas feitas em seu nome. – Senhor Jesus, somos insensíveis às boas
coisas feitas a nós. Não vemos ali a tua graça atuando. Por outro lado, como
somos inativos apesar da tua graça querer arrancar-nos da inatividade. Dá-nos
arrependimento, fé e amor. Amém” (Martinho Lutero e Iracy Dourado
Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).