(Tg 4,13-17; Sl 48[49]; Mc 9,38-40)
7ª Semana do Tempo Comum.
“Quem não é contra
nós é a nosso favor” Mc 9,38-40.
“Esta afirmação de
São Marcos pareceria estar em contradição com a afirmação de São Mateus e São
Lucas, os quais escrevem mais claramente: ‘Quem não está contra mim’ (Mateus
12,30; Lucas 11,23). A contradição não é senão aparente; a variante introduzida
por São Mateus e São Lucas corresponde a temáticas diferentes. ‘Aquele que não
é contra nós é a nosso favor’ (v. 40); parece que esta frase era como se fosse
um provérbio popular, por certo de estilo oriental, e consequentemente um tanto
extremada na expressão. Jesus corrige o zelo imprudente de seus discípulos, e
isto porque, às vezes, nossa visão se mostra demasiadamente curta e por isso
confundimos os interesses de Cristo com os nossos; confundimos e misturamos o
zelo com o ‘ciúme’: somos zelosos não tanto pela glória de Deus, e sim de nós mesmos.
Às vezes é a inveja, muito dissimulada, camuflada com falso zelo; tal qual
aconteceu entre os apóstolos. Quando o que importa é a luta contra o mal, não
tem a menor importância nem o campo onde se realiza nem quem a realiza.
Sentir-se em segundo plano, saber que se é postergado, obscurecido pelos
outros, que brilham e que nos deixam esquecidos, é doloroso para a nossa
natureza. Deixar que outros brilhem, enquanto nós permanecemos na penumbra, não
invejá-los, não os abandonar, não falar mal deles, não lhes negar apoio...
Realmente não é fácil buscar o apostolado, sem levar em consideração o
apóstolo. Quanta palha misturada com o bom trigo! Porém haverá de chegar o dia
no qual os anjos de Deus separarão a palha e armazenarão o trigo; que pena tão
grande, se tivermos a desilusão de ver na grande quantidade de nossas ações
apostólicas, somente se tenha podido resgatar alguns poucos grãos de bom
trigo! Vivência: Teremos mais respeito para com os que não são
cristãos e aceitaremos os valores humanos, que possamos descobrir neles; por
fim, tudo o que haja de bom e verdadeiro entre os não-cristãos, a Igreja
julga-o como uma preparação para o evangelho e outorgado por quem ilumina todos
os homens, para que no fim tenham a vida” (Alfonso Milagro – O
Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave- Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite