(Eclo 47,2-13; 17[18]; Mc 6,14-29)
4ª Semana do Tempo Comum.
“Ao saberem disso, os
discípulos de João foram lá, levaram o cadáver e o sepultaram” Mc 6,29.
“Neste evangelho
é-nos narrada a morte do Precursor do Senhor, João Batista. Fala-se
primeiramente de sua vida; afirma-se que João era ‘homem justo e santo’; que
João tinha sido aprisionado por Herodes, por ser fiel à missão profética de
denunciar o mal e a violação da lei onde quer que estivesse, mesmo nas altas
esferas do governo. João lança em rosto de Herodes seu pecado e o faz com
energia e com grande integridade; a palavra de João acordava os remorsos naquela
consciência endurecida. Aquela apóstrofe do Batista ao adúltero Herodes: ‘Não
te é permitido ter a mulher de teu irmão’ (v. 18), continua ressoando hoje em
múltiplos e variados sentidos e níveis, condenando o mundo por sua injustiça,
por sua imoralidade, por sua desonestidade profissional, por sua avareza do
dinheiro mal-adquirido, por seu egoísmo. João ensina-nos a liberdade e a
integridade, que todo apóstolo deve ter, para corrigir o mal e o pecado sem
intenções puramente humanas, ainda que, por dizer a verdade, seja perseguido,
molestado, caluniado; há de dar testemunho da verdade, ainda que lhe custe a
vida. Mas aqui impõe-se a serenidade do problema real; você como batizado, como
cristão comprometido e consagrado, é chamado(a) a ser profeta que proclama, ao
mundo corrompido e corruptor, o anúncio da justiça, da moralidade, do direito e
dos demais valores do Reino. Você pode dizer verdadeiramente que é profeta e se
mostra como tal em seu trabalho, em sua oficina, em sua profissão, perante suas
amizades, seus conhecidos, perante seus clientes ou subalternos, perante
qualquer um que recorra a você? – Vivência: João Batista foi o
Precursor do Senhor, não somente com sua palavra, mas também com sua vida e
morte. Consumou sua vida a serviço das exigências do plano de Deus; o serviço
ao plano de Deus impõe dedicação total e entrega da própria vida, se for
preciso” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do
ano – Ave- Maria).
Pe. João Bosco Vieira Leite