Sábado, 19 de fevereiro de 2022

(Tg 3,1-10; Sl 11[12]; Mc 9,2-13) 

6ª Semana do Tempo Comum.     

“Suas roupas ficaram brilhantes e tão brancas como nenhuma lavadeira sobre a terra poderia alvejar” Mc 9,3.

“Se compararmos o estado de humilhação de Jesus com uma fechada noite invernal, podemos dizer, em contrapartida, que sua transfiguração foi o relâmpago suave que, por instantes ao menos, dissolveu a treva em brancura, brancura, brancura para compartilhar com seus mais íntimos seguidores a sua natureza divina. Jesus sofria e se angustiava como qualquer outro ser humano. E isso não nos deve surpreender, pois sua humanidade era absolutamente real e não um mero disfarce para sua divindade. E como essa, no estado de humilhação, estava oculta, Jesus se transformava num ser marcado pela fragilidade que se abate sobre qualquer um. Quando, então, sua divindade irrompe através desse pegajoso nevoeiro, todo o seu ser novamente se anima, e sua tarefa toma novo impulso. Os mortais comuns, por seu turno, precisavam também duma definição clara e insofismável sobre aquele profeta amigo visto por eles como Cristo. Por isso, não podiam entender por que, após curas tão maravilhosas, ele se encolhesse em meio à maré de críticas e ameaças. Verem, pois, o Cristo resplandecente inundado por aquele mar de brancura transcendental foi-lhes o marco decisivo para fazê-los ver no mestre e amigo o próprio Filho de Deus. Às vezes sentimos necessidade duma tal experiência. Afinal, somos tão seres humanos quanto foram Jesus e seus discípulos. Vê-lo transfigurado, no entanto, não podemos. Temos, em compensação, um consolo: ele prometeu estar conosco e está. – Senhor Jesus, alegramo-nos com tua transfiguração porque manifestaste glória e poder em meio à humilhação pela qual passavas. Louvado sejas. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).   

  Pe. João Bosco Vieira Leite