(1Sm8,4-7.10-22; Sl 88[89]; Mc 2,1-12)
1ª Semana do Tempo Comum.
“Quando viu a fé
daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão
perdoados’”
Mc 2,5.
“Nesse texto (cf. Mc
2,1-12) temos um forte exemplo de perdão que gera cura. E Jesus é a fonte da misericórdia
transformada em compaixão que realiza a cura. Porém, existem pessoas fechadas
em si e insensíveis que não se alegram com o homem curado e nem com a ação de
poder de Deus em favor daqueles que dependem em tudo dos outros. Os
magistrados, responsáveis por vigiar a execução da lei, ficam perturbados
diante da ação misericordiosa de Deus por meio do homem de Nazaré. Baseados
numa fé do pode e do não pode, esses homens da lei ficam tristes, pois percebem
que não podem mais controlar o poder de Deus. Deus é amor, clemência e perdão.
Todas as suas ações passam pela misericórdia. E é sem limites o seu amor (cf.
Mt 18,21-35). Entretanto, para alguém meticuloso na lei isso é incompreensível.
Pois alguém que é escravo da lei se esquece do limite do perdão de Deus (cf. Lc
17,4) e é incapaz de perdoar para além dos códigos preestabelecidos. Deus não
se alegra com a morte do pecador. O coração de Deus não pode ser comparado ao
do ser humano e sua maneira de pensar não se iguala à nossa. Jesus age igual a
Deus. O perdão dos pecados e a cura das doenças possuem fortes relações entre
si. Não é suficiente tratar apenas os sintomas de uma enfermidade, é necessário
também que a culpa que a motivou seja perdoada, para que o doente seja
verdadeiramente curado e possa recomeçar uma vida nova, como é o desejo de
Deus.... Porém, temos momentos em que nossas feridas não se cicatrizam pelo
fato de não conseguirmos perdoar as pessoas que nos feriram, ou a nós mesmos
(Anselm Grün). – Deus misericordioso, cura nosso interior e inspira-nos
motivação para perdoar quem nos ofendeu. Amém!” (Gilberto Orácio de
Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite