Sexta, 14 de janeiro de 2022

(1Sm8,4-7.10-22; Sl 88[89]; Mc 2,1-12) 

1ª Semana do Tempo Comum.

“Quando viu a fé daqueles homens, Jesus disse ao paralítico: ‘Filho, os teus pecados estão perdoados’”

Mc 2,5.

“Nesse texto (cf. Mc 2,1-12) temos um forte exemplo de perdão que gera cura. E Jesus é a fonte da misericórdia transformada em compaixão que realiza a cura. Porém, existem pessoas fechadas em si e insensíveis que não se alegram com o homem curado e nem com a ação de poder de Deus em favor daqueles que dependem em tudo dos outros. Os magistrados, responsáveis por vigiar a execução da lei, ficam perturbados diante da ação misericordiosa de Deus por meio do homem de Nazaré. Baseados numa fé do pode e do não pode, esses homens da lei ficam tristes, pois percebem que não podem mais controlar o poder de Deus. Deus é amor, clemência e perdão. Todas as suas ações passam pela misericórdia. E é sem limites o seu amor (cf. Mt 18,21-35). Entretanto, para alguém meticuloso na lei isso é incompreensível. Pois alguém que é escravo da lei se esquece do limite do perdão de Deus (cf. Lc 17,4) e é incapaz de perdoar para além dos códigos preestabelecidos. Deus não se alegra com a morte do pecador. O coração de Deus não pode ser comparado ao do ser humano e sua maneira de pensar não se iguala à nossa. Jesus age igual a Deus. O perdão dos pecados e a cura das doenças possuem fortes relações entre si. Não é suficiente tratar apenas os sintomas de uma enfermidade, é necessário também que a culpa que a motivou seja perdoada, para que o doente seja verdadeiramente curado e possa recomeçar uma vida nova, como é o desejo de Deus.... Porém, temos momentos em que nossas feridas não se cicatrizam pelo fato de não conseguirmos perdoar as pessoas que nos feriram, ou a nós mesmos (Anselm Grün). – Deus misericordioso, cura nosso interior e inspira-nos motivação para perdoar quem nos ofendeu. Amém!” (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite