Segunda, 17 de janeiro de 2022

(1Sm 15,16-23; Sl 49[50]; Mc 2,18-22) 

2ª Semana do Tempo Comum.

“Os discípulos de João Batista e os fariseus estavam jejuando. Então, vieram dizer a Jesus: ‘Por que os discípulos de João e os discípulos dos fariseus jejuam, e os teus discípulos não jejuam?’” Mc 2,18.

“Por detrás desta interrogação há uma indisfarçável mentira que aponta para a impureza de uma ação, aparentemente espiritual, que eles faziam. Jejuavam, mas não colhiam do jejum a alegria que o jejum deveria propiciar. E queriam, por isto, que os outros também jejuassem. Para eles, não era suficiente a graça e a convicção do que faziam. Queriam que os outros também fizessem o que eles faziam. Adulteravam, consequentemente, aquilo que, em si, deveria ser uma homenagem e um tributo a Deus. Isto acontece muitas vezes na vida dos bons. Não lhes basta a alegria de serem bons, mas querem que os outros também sejam, cobrando deles, até, com certa má vontade e impertinência, atitudes que, em si, são boas, mas que acabam se deturpando por sua intolerância. No fundo, está em jogo a razão de nossa fé e a motivação espiritual de nossos comportamentos externos. Por que rezamos? Por que jejuamos? Por que queremos ser bons? A resposta é uma só: porque acreditamos no que fazemos e fazemos para a glória de Deus, o bem dos outros e pelas convicções de fé que temos. Fugindo disto, não passamos de bons fariseus e de esforçados discípulos de João, sem sermos seguidores puros e apaixonados de Cristo. Tudo o que fazemos é por força de testemunho alegre que queremos dar, e não por cobrança mesquinha e mau-humor chateado. Que nossa fé não faça zangados, nem a graça de Deus nos transforme em cobradores de deveres para os outros. Pelo contrário, sejamos felizes anunciadores do amor de Deus e compassivos acolhedores das possíveis insuficiências de nossos irmãos. – Senhor Deus, grande e bom, muito obrigado pela fé que infundistes em nossos corações. Dai-nos a graça de cultivá-la com bom humor e testemunhá-la com alegria e sem cobranças. Amém”  (Neylor J. Tonin – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite