(2Sm 5,1-7.10; Sl 88[89]; Mc 3,22-30)
3ª Semana do Tempo Comum.
“Em verdade vos digo,
tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que
tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado;
será culpado de um pecado eterno” Mc 3,27-28.
“Por que faz Jesus
essa surpreendente revelação? Que entendia ele e os que o ouviam por ‘Espírito
Santo’ para ser imperdoável a blasfêmia contra Ele? No começo da criação o
Espírito Santo pairava sobre o báratro profundo, sobre o caos inicial, sobre o
nada. E Ele, então, soprou um vento forte e com sua palavra criou o céu e a
terra. O Espírito Santo representa, primeiramente, no entendimento dos ouvintes
de Jesus, o poder de Deus. Por isso diz Jesus: quem não aceitar a Deus como
todo-poderoso não tem perdão. Nenhum pecado é maior do que a grandeza de Deus.
Ele pode perdoar tudo, menos ao pecado do desespero, no qual o pecador se faz,
negativamente, maior do que Deus. Em segundo lugar, o Espírito Santo era a
personificação do amor e o maior de todos os pecados humanos seria,
consequentemente, na compreensão dos judeus, o do ódio, que negaria e ofenderia
a Deus em sua natureza íntima, em sua magnanimidade santa e sagrada. Pecar
contra o amor seria negar Deus e frustrar seu plano de graça e salvação. Seria
dizer ‘não’ quando Deus diz ‘sim’. Estas são as verdadeiras blasfêmias contra o
Espírito Santo, blasfêmias contra a fé que desespera do poder de Deus e contra
o amor que nega o Espírito Santo e mata o irmão. Todos os demais pecados têm
perdão; estes, não, são perdoáveis. – Senhor Deus, grande e bom,
dai-nos a maior de todas as graças, a de acreditar em vosso poder e de
entregar-vos todos os nossos pecados, não importa quais sejam. Dai-nos também
um grande coração que ama, para sermos a expressão do vosso Espírito Santo na
vida de nossos semelhantes. Amém” (Neylor J. Tonin – Graças
a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite