Segunda, 24 de janeiro de 2022

(2Sm 5,1-7.10; Sl 88[89]; Mc 3,22-30) 

3ª Semana do Tempo Comum.

“Em verdade vos digo, tudo será perdoado aos homens, tanto os pecados como qualquer blasfêmia que tiverem dito. Mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca será perdoado; será culpado de um pecado eterno” Mc 3,27-28.

“Por que faz Jesus essa surpreendente revelação? Que entendia ele e os que o ouviam por ‘Espírito Santo’ para ser imperdoável a blasfêmia contra Ele? No começo da criação o Espírito Santo pairava sobre o báratro profundo, sobre o caos inicial, sobre o nada. E Ele, então, soprou um vento forte e com sua palavra criou o céu e a terra. O Espírito Santo representa, primeiramente, no entendimento dos ouvintes de Jesus, o poder de Deus. Por isso diz Jesus: quem não aceitar a Deus como todo-poderoso não tem perdão. Nenhum pecado é maior do que a grandeza de Deus. Ele pode perdoar tudo, menos ao pecado do desespero, no qual o pecador se faz, negativamente, maior do que Deus. Em segundo lugar, o Espírito Santo era a personificação do amor e o maior de todos os pecados humanos seria, consequentemente, na compreensão dos judeus, o do ódio, que negaria e ofenderia a Deus em sua natureza íntima, em sua magnanimidade santa e sagrada. Pecar contra o amor seria negar Deus e frustrar seu plano de graça e salvação. Seria dizer ‘não’ quando Deus diz ‘sim’. Estas são as verdadeiras blasfêmias contra o Espírito Santo, blasfêmias contra a fé que desespera do poder de Deus e contra o amor que nega o Espírito Santo e mata o irmão. Todos os demais pecados têm perdão; estes, não, são perdoáveis. – Senhor Deus, grande e bom, dai-nos a maior de todas as graças, a de acreditar em vosso poder e de entregar-vos todos os nossos pecados, não importa quais sejam. Dai-nos também um grande coração que ama, para sermos a expressão do vosso Espírito Santo na vida de nossos semelhantes. Amém (Neylor J. Tonin – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite