Segunda, 31 de janeiro de 2022

(2Sm 15,13-14.30; 16,5-13; Sl 3; Mc 5,1-20) 

4ª Semana do Tempo Comum.

“O espírito impuro suplicou, então: ‘Manda-nos para os porcos, para que entremos neles’” Mc 5,12.

“A partir desse ponto, a história toma um rumo inusitado. Os demônios suplicam a Jesus que não os expulse da região, mas que os mande entrar na vara de porcos que está pastando por perto. Jesus lhes faz a vontade, e todos os porcos se precipitam no mar, onde morrem afogados. Para um judeu, os porcos são animais impuros. Os discípulos de Jesus devem ter ficado contentes com a morte de tantos porcos. Interpretando o fato simbolicamente, poderíamos concluir: toda a impureza que se acumulou no doente passa para os porcos. Uma vez exteriorizada, a impureza deixa de tiranizar a alma. A impureza entra na água. A água é um símbolo do inconsciente. Quando a impureza é exteriorizada, seja por meio de palavras seja num desenho feito pelo doente, ela perde o poder sobre o inconsciente, turvando e dominando a partir dele o nosso agir e pensar consciente. A vara de porcos é tudo o que os pastores possuem. Eles se orgulham de seu  patrimônio. Mas de tanto se preocupar com seus porcos negligenciaram os cuidados com o homem; talvez esteja aí a raiz de sua demonização. Às vezes, o filho só pode sarar quando o pai abandona todos os seus bens ou, pelo menos, deixa de lado as preocupações materiais, para dedicar-se novamente ao filho. Uma família preocupada exclusivamente com as ‘posses’ muitas vezes não percebe o mal que isso causa no filho ou à filha. Talvez vivam até frequentando consultórios médicos e gastando muito dinheiro para devolver a saúde ao filho. Mas não é o dinheiro que eles gastam com os médicos que vai curar o filho, e sim o dinheiro do qual se desfazem e do qual se distanciam interiormente” (Anselm Grün – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

  Pe. João Bosco Vieira Leite