(Is 62,1-5; Sl 95[96]; 1Cor 12,4-11; Jo 2,1-11)
2º Domingo do Tempo Comum.
“Este foi o início
dos sinais de Jesus. Ele o realizou em Caná da Galileia e manifestou a sua
glória,
e seus discípulos
creram nele” Jo 2,11.
“Diante dos milagres,
podem-se ter duas atitudes igualmente falsas: duvidar deles, por princípio,
rejeitando-os como desnecessários à fé; e mostrar-se ávidos por eles, crendo
apenas por causa deles, como se só eles fossem prova definitiva da existência de
Deus e da nossa salvação eterna. Não! O milagre, antes de mais nada, é
expressão do poder de Deus e de seu amor pelas criaturas. O milagre é ‘sinal’ e
‘maravilha’ do Criador para os que nele creem e sempre aponta para além da
impotência humana: o que é impossível para nós, não o é para Deus. Daí, ser ele
um ‘sinal’ para que as pessoas possam entender que Deus as protege, as auxilia
e não as abandona em suas necessidades e provações. O milagre, por isto, não é
um desarranjo das leis da criação, mas um seu superamento. É conhecido o
milagre das Bodas de Caná. Jesus lá estava com seus discípulos e sua mãe Maria.
E faltou vinho na festa, ou porque havia pouco ou porque os convidados tinham
tomado demais. A primeira hipótese parece mais confortável, embora a segunda
não deve ser de toda descartada. As duas famílias dos noivos deveriam estar
envergonhadas e Maria, por isto, intercedeu junto a seu filho. Deixando os
detalhes para trás, Jesus atendeu sua mãe e aconteceu o milagre, o ‘primeiro
sinal’ de sua evangelização: transformou água em vinho para o júbilo dos
presentes e interrogação nossa. Por que, nos perguntamos, Jesus fez ou deu este
sinal? A primeira resposta é: para a glória de Deus. Tudo deve ser feito para a
glória de Deus e não para nossa exaltação. Assim agiu Jesus. Em segundo lugar,
para a alegria dos presentes. E, em terceiro, para sinalizar que o Evangelho
tinha chegado e começava a ser pregado para nossa salvação. – Senhor
Deus, grande e bom, transformai, para glória de Deus e alegria de nossos irmãos,
nossa água em vinho. E, por sermos bom vinho, não nos envaideçamos, mas
anunciemos com alegria vosso Evangelho. Amém” (Neylor J.
Tonin – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite