(Is 60,1-6; Sl 71[72]; Ef 3,2-3.5-6; Mt 2,1-12)
Epifania do Senhor.
“Tendo nascido Jesus
na cidade de Belém, na Judeia, no tempo do Herodes, eis que alguns magos do
Oriente chegaram a Jerusalém, perguntando: ‘Onde está o rei dos judeus, que
acaba de nascer?
Nós vimosa sua
estrela no Oriente e viemos adorá-lo’”. Mt 2,1-2.
“Um rei que nasce
fora do palácio!? Deus sempre tem seus planos... E na maioria das vezes
manifesta-se na contramão do ideal dos seres humanos. Quando pensamos que já
sabemos tudo a respeito de Deus, ele nos prega um susto e dá uma reviravolta
inesperada na história. Parece que nos esquecemos de que Deus é maior que
nossas igrejas e planos pastorais. E que Ele não nos pede licença para
‘alterar’ sua rota de ação. Ao chegar a Jerusalém, os magos pensavam ter
encontrado o objeto de sua procura. Mas na casa de Herodes não cabia Jesus. Não
tinha lugar para a vida. Jesus não nasceu no palácio de Herodes por causa da
incompatibilidade dos reinos. O reino de Herodes era o espaço da luta pelo
poder, da ganância, do medo, da opressão, da cultura da morte. O Reino de Jesus
era o lugar onde os expulsos da terra, os andarilhos, os sem-teto, os sem
destino, encontrariam a solidariedade, a hospitalidade, o respeito humano, a
dignidade de ser gente. A busca óbvia dos magos os decepciona. Ao verem
novamente a estrela, recobram a esperança e encontram o Deus-menino. Tal
encontro os faz pensar no seu futuro e os permite retornar por outro caminho.
Não mais o caminho da morte. Agora eles trilham o caminho da vida. Onde estamos
buscando Jesus: nos lugares óbvios ou nos lugares ‘novos’? Nossas comunidades e
nossas vidas pessoais estão direcionadas para Belém ou para o palácio de
Herodes? – Ó luz que emana do coração misericordioso de Deus, favorecei
que as pessoas iluminadas por seu Espírito descubram o verdadeiro caminho a
seguir! Amém” (Gilberto Orácio de Aguiar – Meditações para o dia a dia [2017]
– Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite