Quinta, 06 de janeiro de 2022

(1Jo 4,19—5,4; Sl 71[72]; Lc 4,14-22) 

Tempo do Natal, depois da Epifania.

“O Espírito do Senhor está sobre mim, porque ele me consagrou com a unção para anunciar a Boa-nova aos pobres; enviou-me para proclamar a libertação aos cativos e aos cegos a recuperação da vista;

para libertar os oprimidos” Lc 4,18.

“Servindo-se de um direito que cabia a todo hebreu adulto, do sexo masculino, Jesus tomou a palavra na sinagoga de sua cidade natal. A leitura do texto profético serviu-lhe de ocasião para explicitar o sentido de sua missão de Messias. Contrariamente às expectativas populares, apresentou um projeto missionário totalmente voltado para os pobres e excluídos, dos quais seria servidor. A novidade de Jesus consistia em ser ele o Filho de Deus, presente na história humana, pondo-se do lado de quem não tinha voz nem vez. Na verdade, a história de Israel conheceu indivíduos que se lançaram de corpo e alma nesta empresa. Dentre eles, os profetas do período anterior ao exílio babilônico. Esta mesma sensibilidade encontra-se na literatura sapiencial e na literatura legal, mormente, no Deuteronômio. Com Jesus, porém, a solidariedade com os pobres atingiu a sua máxima expressão. Desde o início da sua atuação messiânica, ele compreendeu serem os pobres os destinatários privilegiados de seu ministério. Ungido pelo Espírito do Senhor, portanto, seu Messias, foi enviado para ‘anunciar a Boa nova aos pobres’. As diversas categorias elencadas pelo profeta Isaías -  humilhados, cativos, cegos, oprimidos – revelavam uma pequena amostra das incontáveis formas de pobreza e exclusão. Assim, Jesus fez uma clara opção. Quem quisesse encontra-lo, teria de se colocar na periferia do mundo. Lá encontraria Deus! – Espírito profético de serviço, coloca-me, como Jesus, do lado dos pobres e excluídos, aos quais o Pai nos mandou servir, anunciando-lhes a Boa Nova da libertação (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

 Pe. João Bosco Vieira Leite