(1Sm 17,32-33.37.40-51; Sl 143[144]; Mc 3,1-6)
2ª Semana do Tempo Comum.
“E perguntou-lhes: ‘É
permitido no sábado fazer o bem ou fazer o mal? Salvar uma vida ou deixá-la
morrer?’ Mas eles nada disseram” Mc 3,4.
“A cena, que inclui
as perguntas de Jesus, é aquela em que ele, em dia de sábado, entra numa
sinagoga e lá encontra um homem com mão seca, aleijado, portanto. E como os
fariseus e doutores da Lei o observavam, faz-lhes a pergunta acima, que já
incluem, logicamente, a resposta, para quem de bom senso. Mas seus
interlocutores ‘ficam calados’ porque, para eles, pouco importavam o bem ou o
mal, a vida ou a morte, e sim o controle às leis que inventavam e a observância
do povo a elas, por eles controlada. As leis dos fariseus não eram feitas para
servirem ao bem e à vida, mas para incriminarem as pessoas. Eram jugos atados
às pessoas, dificultando-as viver bem e de relacionar-se positivamente com os
outros. A observância a estas leis não causava alegria nem libertava seus
servidores. Pelo contrário, tornava-os apenas mais escravos e distantes de
Deus. Jesus, no entanto, viera para libertar os filhos de Deus, curando os
cegos, abrindo as prisões e proclamando um ano de graça e salvação. Mas esta missão
colocava em xeque o controle de seus adversários, ameaçando o poder
escravizador que exerciam. E eles, aparentemente, se calavam, mas começavam a
entender que deviam enfrenta-lo e tramar contra Ele, caso contrário, perderiam
o pedestal em que tinham subido. Jesus, então, diz o evangelista, ‘passou um
olhar indignado e triste com a cegueira daqueles corações’ e curou o homem da
mão seca, despertando a admiração do povo, por um lado, e a conspiração dos
fariseus com os herodianos, por outro, que decidiram mata-lo. – Senhor Deus,
bom e grande, libertai-nos de nossas cegueiras e dai-nos um coração solidário
para com nossos semelhantes que sofrem. Que, pela vossa graça, nenhuma lei nos
impeça de sermos bons e compassivos diante de mãos secas e corações oprimidos.
Amém” (Neylor J. Tonin – Graças a Deus [1995] – Vozes).