Domingo, 30 de janeiro de 2022

(Jr 1,4-5.17-19; Sl 70[71]; 1Cor 12,31—13,13; Lc 4,21-30) 

4º Domingo do Tempo Comum – Ano C.

“Todos davam testemunho a seu respeito, admirados com as palavras cheias de encanto que saíam da sua boca. E diziam: ‘Não é este o filho de José?’” Lc 4,22.

“Jesus não se deixou levar por um otimismo ingênuo, enquanto exercia seu ministério. Juntamente com a euforia e a empolgação populares, diante de seus gestos de poder, havia também a crítica contumaz de seus adversários. Não só! Seus conterrâneos de Nazaré viam com suspeita o que acontecia em torno dele, e se opunham a tudo aquilo. A experiência dos antigos profetas de Israel ajudou Jesus a compreender que sua situação não era novidade para ele. O povo costumava rejeitar os profetas enviados por Deus, para chama-los à conversão. Assim aconteceu com os grandes profetas: Elias e Eliseu. Portanto, o desprezo sofrido por Jesus podia, de certa forma, ser esperado. No caso dele, porém, a rejeição resultou de um preconceito, pelo fato de ser ‘filho de José’. Logo uma pessoa assaz conhecida. Contudo, a raiz do fechamento diante da pregação dos profetas está, principalmente, na recusa de acolher o seu apelo à conversão. O povo prefere continuar no caminho fácil do pecado e da infidelidade, a submeter-se à mudança de vida, como Deus quer. Ou então, calar a voz incômoda que o questiona, a deixar-se tocar por ela. Os habitantes de Nazaré preferiram esse caminho fácil, e tentaram precipitar Jesus do alto de um monte. Ele, porém, sem se intimidar, passando pelo meio deles, prosseguiu seu caminho. Desta forma, não se deixou bloquear pelo desprezo dos seus próprios contemporâneos. – Espírito de realismo, que eu saiba contar sempre com a possibilidade de ser desprezado e rejeitado, sem, por isso, fugir da missão a mim confiada (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite