Terça, 14 de dezembro de 2021

(Sf 3,1-2.9-13; Sl 33[34]; Mt 21,28-32) 

3ª Semana do Advento.

“Vós, porém, mesmo vendo isso, não vos arrependestes para crer nele” Mt 21,32c.

“Este evangelho pode entender-se como o evangelho da contradição, sob o ponto de vista da conversão. Com efeito, são-nos apresentados, em primeiro lugar, os publicanos, pecadores públicos, e as profissionais do prazer, que a princípio tinham recusado o Reino de Deus, mas depois, ao ouvirem as palavras salvificantes de Jesus, mudaram de vida, e ao aderirem à palavra de Jesus, que é a palavra de salvação e santificação, tornaram-se dignos de entrar no Reino. Pelo contrário, os chefes dos judeus, entrincheirados em sua aparente fidelidade exterior às prescrições da lei, recusaram as palavras de Jesus que exigiam deles uma autêntica, verdadeira e límpida interioridade de consciência; e com a rejeição dessa Palavra salvadora recusaram a entrada no céu. Por isso, Jesus afirma: ‘João veio a vós no caminho da justiça e não crestes nele. Os publicanos, porém, e as prostitutas creram nele’ (Mateus 21,32). Se João veio pelo caminho da justiça, que procura a observância da lei, não podiam censurar-lhe nenhuma inovação; João, com efeito, pregava unicamente a penitência. Ora, os fariseus não somente não creram em João, o pregador, como nem sequer se importaram com o exemplo que lhes tinham dado os pecadores ao converterem-se. Que coisa terrível há de ser endurecer-se no pecado, de maneira que já nada possa demovê-lo dessa posição. Peça a Deus para você nunca chegar a esses extremos que, por certo, são desastrosos para o espírito. Mas repare que este evangelho nos fala daqueles que dizem e não fazem, e destes também não é o Reino de Deus. É que outros cristãos quiseram comprometer-se, porém, servindo ao mesmo tempo a dois senhores, porque ou odiará a um amará o outro, ou dedicar-se-á a um e desprezará o outro’ (Mateus 6,24). Jesus acrescenta a afirmação: ‘Os publicanos e as meretrizes vos precedem no Reino de Deus’ (Mateus 21,31), com o que nos adverte que o fato de uma pessoa ter sido pecadora durante sua vida não lhe dá o direito de poder pôr em dúvida a sua salvação. Mais ainda: a humilhação que acompanha seu pecado as torna mais aptas para se disporem a encontrar a salvação” (Alfonso Milagro – O Evangelho meditado para cada dia do ano – Ave-Maria).

Pe. João Bosco Vieira Leite