(Is 35,1-10; Sl 84[85]; Lc 5,17-26)
2ª Semana do Advento.
“Vendo-lhes a fé, ele
disse: ‘Homem, teus pecados estão perdoados’” Lc 5,20.
“Quando Jesus se
defrontou com o paralítico, colocado à sua frente com muita dificuldade,
imediatamente proclamou: ‘Teus pecados te são perdoados’. Mas três vezes o
texto fala em ‘perdoar os pecados’. Por que Jesus apressou-se em perdoar os
pecados, sem ter sido solicitado, quando o interesse do paralítico e dos seus
benfeitores era bem outro? A cura física é secundária, se comparada à cura do
coração. Quando o íntimo da pessoa é carregado de maldade e egoísmo, o
bem-estar físico perde sua transcendência. Se a pessoa serve-se do corpo para
fazer o mal, tanto faz ser saudável ou doente. Só tem sentido a saúde física,
quando a pessoa coloca seu corpo a serviço do bem do próximo. Quando isto
acontece, aí sim, a saúde tem valor. Por isso, o primeiro gesto de Jesus
constitui em curar o interior daquele homem para, em seguida, curar o exterior.
Detentor de ambos os poderes, de curar e de perdoar os pecados, Jesus não se
deixa intimidar por quem o acusa de blasfêmia, e nutre sentimentos de ódio
contra ele. Pelo contrário, enfrenta-os, porque sua missão fora recebida do
Pai. Os próprios fariseus descobriram algo de divino na ação de Jesus, mas se
recusavam a reconhece-lo como tal. Mesmo assim, ele continuou a fazer ações
divinas, manifestando, deste modo, seu amor pela humanidade. – Espírito
que cura interiormente, toca o mais íntimo do meu ser, para que eu consiga
superar o meu egoísmo, e seja capaz de levar os benefícios de Deus a quem
precisa de mim” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite