(Is 29,17-25; Sl 26[27]; Mt 9,27-31)
1ª Semana do Advento.
“Partindo Jesus, dois
cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’” Mt 9,27.
“A cegueira
espiritual é um terrível empecilho para quem pretende preparar-se para o
encontro com o Senhor. A cura dos dois cegos simboliza o processo pelo qual o
discípulo deve passar. É preciso deixar que Jesus lhe abra os olhos. Vítima da
cegueira, o discípulo acaba por cultivar uma imagem distorcida de Jesus e
nutrir falsas expectativas a respeito de seu Mestre. Isto o impede de adequar
sua vida ao querer de Jesus, o que significa, continuar a deixar-se guiar pelas
paixões egoístas, contrárias ao projeto do Reino. O discípulo cego facilmente
torna-se vulnerável às investidas do anti-Reino, e acabará afastado de Jesus.
Dentre outros motivos, vê-se a impossibilitado de defender-se, por não ter
consciência do perigo que corre. Pelo contrário, com olhos abertos, estará em
condições de reconhecer as armadilhas da vida, e enfrenta-las, com a graça do
Senhor. Saberá dar à sua existência o rumo certo, cujo destino é o encontro com
o Senhor. Estará imune das investidas dos falsos guias, cujas intenções
malignas escondem-se detrás do desejo de ajudar. Enfim, poderá caminhar seguro,
apesar dos inevitáveis percalços. Cegueira ou visão dependem da opção do
discípulo. Quem, movido pela graça, recorre a Jesus, caminhará na luz. Quem se
obstinar em permanecer no egoísmo, estará fadado a perambular nas trevas, sem
atinar com o caminho do Reino. – Espírito que cura a cegueira, abre
meus olhos para que eu possa reconhecer o Senhor e seguir o caminho aberto por
ele” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
C] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite