Sexta, 03 de dezembro de 2021

(Is 29,17-25; Sl 26[27]; Mt 9,27-31) 

1ª Semana do Advento.

“Partindo Jesus, dois cegos o seguiram, gritando: ‘Tem piedade de nós, filho de Davi!’” Mt 9,27.

“A cegueira espiritual é um terrível empecilho para quem pretende preparar-se para o encontro com o Senhor. A cura dos dois cegos simboliza o processo pelo qual o discípulo deve passar. É preciso deixar que Jesus lhe abra os olhos. Vítima da cegueira, o discípulo acaba por cultivar uma imagem distorcida de Jesus e nutrir falsas expectativas a respeito de seu Mestre. Isto o impede de adequar sua vida ao querer de Jesus, o que significa, continuar a deixar-se guiar pelas paixões egoístas, contrárias ao projeto do Reino. O discípulo cego facilmente torna-se vulnerável às investidas do anti-Reino, e acabará afastado de Jesus. Dentre outros motivos, vê-se a impossibilitado de defender-se, por não ter consciência do perigo que corre. Pelo contrário, com olhos abertos, estará em condições de reconhecer as armadilhas da vida, e enfrenta-las, com a graça do Senhor. Saberá dar à sua existência o rumo certo, cujo destino é o encontro com o Senhor. Estará imune das investidas dos falsos guias, cujas intenções malignas escondem-se detrás do desejo de ajudar. Enfim, poderá caminhar seguro, apesar dos inevitáveis percalços. Cegueira ou visão dependem da opção do discípulo. Quem, movido pela graça, recorre a Jesus, caminhará na luz. Quem se obstinar em permanecer no egoísmo, estará fadado a perambular nas trevas, sem atinar com o caminho do Reino. – Espírito que cura a cegueira, abre meus olhos para que eu possa reconhecer o Senhor e seguir o caminho aberto por ele (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano C] - Paulinas).

  Pe. João Bosco Vieira Leite