(1Jo 1,1-4; Sl 96[97]; Jo 20,2-8) São João, Apóstolo e Evangelista.
“Isso que vimos e
ouvimos, nós vos anunciamos, para que estejais em comunhão conosco.
E a nossa comunhão é
com o Pai e com seu Filho, Jesus Cristo” 1Jo 1,3
“Por trás de cada
santo há sempre uma experiência fundamental de Deus, pessoal e inédita. Algumas
vezes concentrada num fato concreto, facilmente identificável; outras vezes,
diluída ao longa da existência, forte e presente, porém difícil de ser
capturada e dissecada. Abraão, Moisés, Isaías, Elias e tantos outros
personagens do Antigo Testamento foram totalmente refundidos a partir de
semelhantes experiências. O mesmo se deve dizer a respeito de Maria Madalena e
de Paulo de Tarso. A propósito, qual teria sido a experiência fundante da vida
do apóstolo João? Embora nos faltem os dados concretos para uma análise
detalhada, podemos rastreá-la, seguindo seus próprios escritos. Tudo começou
com aquele primeiro encontro com o Mestre, às 16 horas! O dia do mês ou o ano
até podem ser esquecidos; mas a hora, jamais! A própria pergunta que brotou de
seus lábios naquele momento denota o caráter incisivo e decisivo da
experiência: ‘Rabi, onde moras?’ Foi uma experiência contínua e unificante, que
levou João a penetrar, melhor do que ninguém, no universo fantástico da
divindade e arrancar para nós preciosos pedaços dos mistérios de Jesus (cf. Jo
14—7). Tal experiência acompanhou-o por toda a vida, marcante e inconfundível.
Cerca de 60 anos depois da morte de Jesus, João escreve sua primeira carta, tão
cálida e nova como se fosse escrita no próprio dia da ressurreição: ‘O que era
desde o princípio, o que ouvimos, o que vimos com os olhos, o que contemplamos
e nossas mãos apalparam no tocante ao Verbo da vida... nós vos anunciamos a fim
de que também vós vivais em comunhão conosco’ (1Jo 1,1-3). – Senhor
Deus, o profeta Elias reconheceu-vos numa brisa suave. Fazei-nos atentos aos
menores acenos da vossa passagem por nossos caminhos e ensinai-nos a cultivar
sempre a vossa presença. Amém” (Geraldo de Araújo Lima – Graças
a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite