Quinta, 02 de dezembro de 2021

(Is 26,1-6; Sl 117[118]; Mt 7,21.24-27)

1ª Semana do Advento.

“Esperai no Senhor por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna” Is 26,4.

“As palavras congêneres: rocha, rochedo e pedra, ocorrem na Bíblia cerca de 500 vezes. E por uma razão óbvia: nada mais abundante naquelas paisagens ásperas e montanhosas do que pedras e rochas. Estas são tão familiares ao homem bíblico como a areia ao beduíno e a neve ao esquimó. E ele as usa com suma habilidade, desde os seixos polidos da funda aos gigantescos blocos que ainda hoje sustentam o muro das lamentações. Basta conhecer a dramática história de Massada para se ter uma ideia da importância estratégica dos rochedos palestinos. Por isso, Deus é o rochedo que abriga em suas fendas seguras; que produz sombra aconchegante; que faz brotar água em pleno deserto; que oferece estupendo cenário para as guerrilhas contra filisteu, sírios e romanos. O rochedo é símbolo de fortaleza, firmeza, durabilidade. Nele pode-se confiar. Uma casa construída sobrea rocha resiste a chuvas, enchentes e ventanias. Razão por que Simão deve ser Cefas, isto é, ‘a pedra sobre a qual construirei a minha Igreja’ (Mt 16,18). O próprio Jesus é ‘aquela pedra rejeitada pelos construtores e que se tornou a pedra principal’ (Mt 21,42). A excessiva familiaridade com as pedras levou Paulo a ultrapassar os limites da lógica para falar de ‘uma rocha espiritual que os seguia... e a rocha era Cristo’ (1Cor 10,4). Em suma, podemos confiar, pois ‘estamos edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra principal o próprio Cristo’ (Ef 2,20). – Meu Deus, dou-vos graças por todas as vezes que, ao pisar no chão multissecular do Cristianismo, eu senti a firmeza da rocha sob os meus pés. A vossa solidez é a solidez da vossa Igreja. Assim sempre haverá de ser. Amém (Geraldo de Araújo Lima – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite