(Is 26,1-6; Sl 117[118]; Mt 7,21.24-27)
1ª Semana do Advento.
“Esperai no Senhor
por todos os tempos, o Senhor é a rocha eterna” Is 26,4.
“As palavras
congêneres: rocha, rochedo e pedra, ocorrem na Bíblia cerca de 500 vezes. E por
uma razão óbvia: nada mais abundante naquelas paisagens ásperas e montanhosas
do que pedras e rochas. Estas são tão familiares ao homem bíblico como a areia
ao beduíno e a neve ao esquimó. E ele as usa com suma habilidade, desde os
seixos polidos da funda aos gigantescos blocos que ainda hoje sustentam o muro
das lamentações. Basta conhecer a dramática história de Massada para se ter uma
ideia da importância estratégica dos rochedos palestinos. Por isso, Deus é o
rochedo que abriga em suas fendas seguras; que produz sombra aconchegante; que
faz brotar água em pleno deserto; que oferece estupendo cenário para as
guerrilhas contra filisteu, sírios e romanos. O rochedo é símbolo de fortaleza,
firmeza, durabilidade. Nele pode-se confiar. Uma casa construída sobrea rocha resiste
a chuvas, enchentes e ventanias. Razão por que Simão deve ser Cefas, isto é, ‘a
pedra sobre a qual construirei a minha Igreja’ (Mt 16,18). O próprio Jesus é
‘aquela pedra rejeitada pelos construtores e que se tornou a pedra principal’
(Mt 21,42). A excessiva familiaridade com as pedras levou Paulo a ultrapassar
os limites da lógica para falar de ‘uma rocha espiritual que os seguia... e a
rocha era Cristo’ (1Cor 10,4). Em suma, podemos confiar, pois ‘estamos
edificados sobre o fundamento dos apóstolos e profetas, tendo por pedra
principal o próprio Cristo’ (Ef 2,20). – Meu Deus, dou-vos graças por
todas as vezes que, ao pisar no chão multissecular do Cristianismo, eu senti a
firmeza da rocha sob os meus pés. A vossa solidez é a solidez da vossa Igreja.
Assim sempre haverá de ser. Amém” (Geraldo de Araújo Lima – Graças
a Deus [1995] – Vozes).