(Zc 8,2-23; Sl 86[87]; Lc 9,51-56)
26ª Semana do Tempo Comum.
“Vendo isso, os
discípulos Tiago e João disseram: ‘Senhor, queres que mandemos descer fogo do
céu para destruí-los?” Lc 9,54.
“No caminho para a
última e definitiva viagem de Jesus a Jerusalém, o Evangelho coloca este
episódio. Precisando passar pela Samaria, os samaritanos não quiseram lhe dar
pousada. Perceberam que Jesus ia para Jerusalém. Os samaritanos desprezavam
Jerusalém, e achavam que o lugar santo eram as montanhas de Garazim. O peso dos
preconceitos religiosos caia novamente sobre Jesus. Os apóstolos quiseram
responder com represálias, valendo-se do privilégio e do suposto poder que lhes
adivinha da companhia do Mestre. ‘Queres que mandemos descer fogo do céu?’ Mas
Jesus, com paciência, repreende os discípulos, e não se queixa da maldade dos
samaritanos. Ele não se guiava por preconceitos, não respondia ao mal com o
mal. Ele estava impregnado de um outro espírito. Estava cheio de compaixão
pelas pessoas. No seu íntimo, tinha pena dos samaritanos, que não eram piores
que os habitantes de Jerusalém que iriam mata-lo pouco tempo depois. Jesus
tinha uma compreensão superior. Guiava-se por sentimentos grandes e nobres. Era
conduzido pelo Espírito de Deus. Sabia relevar as fraquezas, e perdoar a todos.
Que ele nos ensine a ter os mesmos sentimentos. Então não ficaremos tramando
pequenas vinganças. Não pediremos o fogo que destrói, mas invocaremos sobre
todos o Espírito que ilumina o coração e desfaz os preconceitos. E caminharemos
com liberdade e nobreza de ânimo. – Senhor Jesus, dai-nos um coração
grande como o vosso, e ensina-nos a perdoar os que não nos compreendem.
Derramai sobre eles o Vosso Espírito de amor. Amém” (Luiz Demétrio
Valentini e Zeldite Burin – Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite