(1Tm 1,1-2.12-14; Sl 15[16]; Lc 6,39-42)
23ª Semana do Tempo Comum.
“Por que vês tu o cisco no olho
do teu irmão e não percebes a trave que há no teu próprio olho?” Lc 6,41.
“Havia, alguns discípulos de
Jesus, a tendência a querer arvorar-se em guia dos outros, sem terem condições
para isto. Sem se preocupar em corrigir seus próprios defeitos, eles se
apresentavam como modelo e com intuito de serem seguidos pelos demais. Esta
pretensão inconsequente foi denunciada por Jesus. Querer guiar os outros, sem
estar apto para isto, é igual a um cego deixar-se guiar por outro cego. Ambos
estão fadados a cair no primeiro buraco que encontram pela frente. Outra falha
consistia em perceber as limitações e os pecados alheios, por menores que
fossem, e, ao mesmo tempo, não se dar conta de estar incorrendo em pecados bem
mais graves. A mesma pessoa que vê um cisquinho no olho alheio, não raro nem
percebe o pedaço de pau existente em seu próprio olho. Jesus denuncia tal
hipocrisia. Ele aconselha, a quem assim age, a tirar o cisco que tem nos olhos,
para poder ver bastante bem o que se passa com os outros. Evidentemente, quando
a pessoa é capaz de perceber seus defeitos pessoais, será cautelosa em censurar
o próximo. Os hipócritas não se dão conta da gravidade do que fazem, por isso
julgam-se perfeitos e no direito de corrigir os outros. O discípulo de Jesus,
ao contrário, é parcimonioso quando se trata de descobrir o pecado alheio. Ele
tem consciência de ser objeto da misericórdia divina e, por isso, sabe também
ser misericordioso e paciente com os demais. – Senhor Jesus, que eu
tenha suficiente humildade para reconhecer os meus erros e não querer
arvorar-me em juiz e guia do meu próximo” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O
Evangelho nosso de Cada Dia [Ano B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite