Quarta, 15 de setembro de 2021

(Hb 5,7-9; 30[31]; Jo 19,25-27) 

Nossa Senhora das Dores.

“Mesmo sendo Filho, aprendeu o que significa a obediência a Deus por aquilo que sofreu” Hb 5,8.

“O que nos ensina o sofrimento? Como nos comportamos diante das tempestades que nos atingem, os males que nos afligem, as perdas que nos ferem, as doenças que nos limitam? Aceitamos, com resignação, aquilo que não podemos mudar, obedecendo à vontade divina, crescemos em espiritualidade, fortalecemos a nossa fé, ou pelo contrário, nos revoltamos, nos desesperamos, nos amarguramos e nos tornamos céticos? A vida nos ensina que o sofrimento é uma faca de dois gumes: alguns, quanto mais sofrem, como um diamante sendo burilado, crescem em humanidade. Tornam-se mais bondosos, compassivos, tolerantes, solidários.  Outros, desenvolvem uma revolta surda, silenciosa, que vai minando o seu ser, gangrenando-os. Não há como evitar o sofrimento. Por mais que sejamos privilegiados em fortuna, em saúde, em inteligência, em beleza, em afeto, em qualquer curva da estrada, ele nos espera. Há até um verso de um poeta brasileiro, cujo nome nos foge no momento, que diz: ‘Quem passou pela vida e não sofreu, passou pela vida, não viveu’. Sofrimento é, pois, contingência humana. Alguns sofrem mais, outros menos. A razão desta diferença está no plano divino. E este plano é um mistério para nós. Mas não é isto o que importa. O importante é como aproveitamos o sofrimento. Será que, como nosso divino Mestre, aprendemos a obediência, e outras virtudes, com os sofrimentos que temos? – Senhor Jesus, vós que sois a perfeição, ensina-nos não apenas a suportar a dor, mas a crescer com ela, para, um dia, sermos perfeitos, como nosso Pai que está nos Céus. Amém (Maria Liza Silveira Teles – Graças a Deus [1995] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite