(Ag 1,1-8; Sl 149; Lc 9,7-9)
25ª Semana do Tempo Comum.
“Acaso para vós é
tempo de morardes em casas revestidas de lambris, enquanto esta casa está em
ruínas?” Ag 1,4.
“Nossa morada atual é
o planeta Terra. E como está a nossa casa? Em ruínas, sem dúvida. Irmãos contra
irmãos, filhos contra os pais, esposos contra esposos, amigos contra amigos,
nações contra nações.... É o caos completo. Neste mesmo instante, quantas
crianças estão morrendo, ao nascer, por subnutrição e falta de recursos?
Quantas mães aflitas oferecem aos seus filhos os peitos murchos, porque elas
próprias carecem de alimento? Quantas panelas estão vazias? Quantas crianças e
adolescentes estão abandonados pelas ruas, se prostituindo e se drogando? Casas
sendo destruídas, famílias destroçadas, filhos órfãos, jovens e velhas
estupradas? Quantas guerras estão acontecendo? Quantos estão morrendo, aos
poucos, vítimas de doenças estranhas? Que tempo é este, em que as crianças já
não brincam e, cada vez mais cedo, perdem a alegria? Que vazio é este, que
tristeza é esta, que desesperança, matando os sorrisos e os sonhos? Já não é
hora de olharmos ao redor, repararmos nas ruínas e sentir que é chegado o
momento de construirmos um novo mundo, onde possamos ter ‘casas revestidas’?
Deus só quer o nosso bem. Ele não tem nenhuma responsabilidade nas nossas
loucuras. Está em nossas mãos dar um basta a tudo de ruim que vem destruindo
nações, lares e almas e partir para a construção de um mundo melhor, onde
possamos realmente ser irmãos e onde haverá, por fim, ‘um só rebanho e um só
pastor’. Não tenhamos medo de abandonar esta casa em ruínas. Sob as bênçãos do
Criador, vamos reconstruir a nossa casa, revestindo-a de toda proteção. No
sacrário de nossas almas, alimentemos a esperança para que saudemos a aurora
que se aproxima! – Arquiteto supremo, Pai amoroso, ajudai-nos a deixar
nossas casas em ruínas, sem olhar para trás. Que cada um de nós contribua,
mesmo que for com um único tijolo, para a construção da nova casa que nos
abrigará na Paz e na Felicidade. Amém” (Maria Liza Silveira Teles
– Graças a Deus [1995] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite