(Zc 8,1-8; Sl 101[102]; Lc 9,46-50)
26ª Semana do Tempo Comum.
“Jesus sabia o que
estavam pensando. Pegou uma criança, colocou-a junto a si” Lc 9,46.
“O Reino de Deus
estabeleceu, para a comunidade dos discípulos, escalas de valores diferentes
daquelas colocadas em critérios mundanos. Apresentou uma verdadeira
contraposição, desvalorizando o que o mundo valoriza e apresentando como valor
fundamental o que não parece importante aos olhos das pessoas. Neste contexto,
Jesus fez frente a uma mentalidade mesquinha que grassava entre os discípulos,
preocupados em saber qual deles seria o maior. Evidentemente, segundo padrões
humanos. Para detectar quem, entre eles, estaria em condições de considerar-se
o maior, Jesus propôs-lhes uma prova concreta: ser capaz de acolher uma criança
em seu nome. Na cultura da época, este gesto supunha uma reviravolta na
mentalidade em vigor. Acolher significava valorizar, dar atenção, colocar-se
totalmente à disposição de alguém e mostrar-se gentil e atencioso. Mas tudo
isto deveria ser feito às crianças, cuja desvalorização social era bem
conhecida. Na perspectiva do mundo, acolher uma criança era pura perda de
tempo. No horizonte do Reino, acolher uma criança em nome de Jesus
transformava-se num gesto de grandeza. Acolhendo-a, acolhia-se o próprio Jesus.
A grandeza, neste caso, consistia em amar a quem não era amado, valorizar quem
não era valorizado, mostra-se solidário com quem era vítima da marginalização.
– Senhor Jesus, não permitas que eu me engane, buscando grandezas
humanas, quando a verdadeira grandeza consiste em amar-te na pessoa dos
pequeninos” (Pe. Jaldemir Vitório, sj – O Evangelho nosso de Cada Dia [Ano
B] - Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite