Sábado, 04 de setembro de 2021

(Cl 1,21-23; Sl 53[54]; Lc 6,1-5) 

22ª Segunda Semana do Tempo Comum.

“E Jesus acrescentou: ‘O Filho do Homem é senhor também do sábado’” Lc 6,5.

“Lucas recorda situações que faziam crescer a hostilidade dos fariseus para com Jesus. Uma das questões que os irritavam, por exemplo, era o comportamento do Mestre em relação ao preceito do sábado. Para os fariseus, Jesus era totalmente indiferente à lei do sábado. Como exemplo, o evangelista cita o episódio em que, justamente num sábado, o Mestre e os discípulos foram pegos apanhando espigas (Lc 6,1-5). Questionado, Jesus se defendeu recordando um fato envolvendo o Rei Davi e lembrando também uma licença que a Lei concedia aos sacerdotes. Jesus era muito esperto! Os fariseus jamais criticariam o Rei Davi, nem questionariam aquela licença que a própria Lei concedia aos sacerdotes. Em geral, toda religião possui uma doutrina, rituais e normas de conduta. Tudo isso pode colaborar (e muito!) para a vivência da nossa fé. Pode ter um valor imenso, especialmente se favorecer nossa proximidade com o Mistério de Deus, se ajudar-nos a crescer na fraternidade e na prática da justiça, se impedir que prejudiquemos a nossa vida ou a vida de outras pessoas. Não podemos, entretanto, confundir o exercício da fé com a obediência cega às normas religiosas. Isso porque doutrina e orientações religiosas não possuem o mesmo valor e peso. Algumas normas e doutrinas são fundamentais e inegociáveis. Outras, porém, são secundárias, e dependem de muitos outros fatores (cf. Lc 11,37-42; 13,14-17). Isso, porém, é só o começo de uma longa conversa! Portanto, como ensinou o próprio Jesus, muito cuidado para não confundir o que é secundário com o essencial. – Sonda-me, ó Deus! Prova-me. Conhece o meu coração e os meus sentimentos vê se não ando por um caminho fatal, e conduze-me pelo caminho eterno (cf. Sl 139,23s)” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite