Sexta, 24 de setembro de 2021

(Ag 1,15—2,9; Sl 42[43]; Lc 9,18-22) 

25ª Semana do Tempo Comum.

“Mas Jesus perguntou: ‘E vós, quem dizeis que sou?’ Pedro respondeu: ‘O Cristo de Deus’” Lc 9,20.

“Para nós, hoje, ‘Cristo’ é um sobrenome comum. Na verdade, era ainda um título, e de profundo significado. ‘Cristo’ é o ‘Messias’, a saber, o ungido. A prática da unção era usual no antigo Israel e significava a escolha da pessoa para um cargo importante. Quando, pois, empregava-se a palavra ‘Ungido’, por designação, pensava-se numa pessoa extraordinária pronta a realizar uma também extraordinária tarefa de libertação. Em momentos de crise nacional, como a dominação romana na época, a figura do Ungido dominava a imaginação de todas as pessoas, e vários ‘cristos’ políticos e militares surgiam na Palestina, cada qual desejando libertara o povo hebreu da opressão estrangeira. Pedro pensava da mesma forma? No início, é muito provável que sim. Quem naquele tempo não ansiava pela independência total em relação ao poder opressor dos romanos? Um dos discípulos era explicitamente cognominado Zelote, uma referência a um grupo de revolucionários violentos. A pesquisa neotestamentária aponta outro, Judas Iscariotes, como antigo membro desse ou de outro grupo da mesma característica. Pedro, no entanto, pouco a pouco foi entendendo a messianidade de Jesus. Assim, na hora decisiva da pergunta, pôde apresentar a resposta correta, a resposta fundamental para Jesus e para nós. – Tu és o Cristo, Senhor, o escolhido pelo Pai a fim de nos resgatar do pecado e da maldição da lei. Concede nos mantenhamos firmes na fé que teve Pedro e os demais apóstolos para gozarmos dessa libertação efetuada por ti na mais humilde obediência no madeiro da cruz. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite