(Ag 1,15—2,9; Sl 42[43]; Lc 9,18-22)
25ª Semana do Tempo Comum.
“Mas Jesus perguntou:
‘E vós, quem dizeis que sou?’ Pedro respondeu: ‘O Cristo de Deus’” Lc 9,20.
“Para nós, hoje,
‘Cristo’ é um sobrenome comum. Na verdade, era ainda um título, e de profundo
significado. ‘Cristo’ é o ‘Messias’, a saber, o ungido. A prática da unção era
usual no antigo Israel e significava a escolha da pessoa para um cargo
importante. Quando, pois, empregava-se a palavra ‘Ungido’, por designação,
pensava-se numa pessoa extraordinária pronta a realizar uma também extraordinária
tarefa de libertação. Em momentos de crise nacional, como a dominação romana na
época, a figura do Ungido dominava a imaginação de todas as pessoas, e vários
‘cristos’ políticos e militares surgiam na Palestina, cada qual desejando
libertara o povo hebreu da opressão estrangeira. Pedro pensava da mesma forma?
No início, é muito provável que sim. Quem naquele tempo não ansiava pela
independência total em relação ao poder opressor dos romanos? Um dos discípulos
era explicitamente cognominado Zelote, uma referência a um grupo de
revolucionários violentos. A pesquisa neotestamentária aponta outro, Judas
Iscariotes, como antigo membro desse ou de outro grupo da mesma característica.
Pedro, no entanto, pouco a pouco foi entendendo a messianidade de Jesus. Assim,
na hora decisiva da pergunta, pôde apresentar a resposta correta, a resposta
fundamental para Jesus e para nós. – Tu és o Cristo, Senhor, o
escolhido pelo Pai a fim de nos resgatar do pecado e da maldição da lei.
Concede nos mantenhamos firmes na fé que teve Pedro e os demais apóstolos para
gozarmos dessa libertação efetuada por ti na mais humilde obediência no madeiro
da cruz. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015]
Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite