(Cl 3,12-17; Sl 150; Lc 6,27-38)
23ª Semana do Tempo Comum.
“Que a palavra de Cristo, com
toda sua riqueza, habite em vós.
Ensinai e admoestai-vos uns aos
outros com toda a sabedoria” Cl 3,16a.
“A comunidade cristã se reúne ao
redor do seu Mestre, evidentemente Jesus, o Cristo. No entanto, não o vemos.
Podemos ver uma estátua, um quando ou um símbolo que remeta a Ele como, por
exemplo, a cruz, as letras XPTO ou o X e o P encravados um no outro (lembremos
o seguinte: a letra grega ‘P’, no caso é o ‘R’ do alfabeto latino; logo, XP e
XPTO são abreviaturas da palavra ‘Cristo’). Isso tudo nós vemos, sobretudo, num
templo cristão, mas o Cristo mesmo em carne e osso, esse não o vemos. Mesmo
assim, Ele está presente. E essa presença deriva de sua divindade, que preenche
os céus e a terra, presença à qual ninguém está imune, quer saiba disso e
goste, quer não. Mas essa presença, digamos forçada, ainda não é aquela que nos
instrui, conforta e salva. A segunda forma de presença que nós procuramos é
aquela manifesta na Palavra e nos sacramentos. Nesse modo, Jesus está presente
com sua graça, amor e perdão, e é com essa presença que nos instruímos e
exortamos um ao outro fraternalmente, em prefeita humildade, considerando o
irmão na fé um igual ou até superior a nós mesmos – baseados nisto: somos igualmente
pecadores e somos igualmente redimidos por Cristo. Não há, pois, nem escravo
nem livre, nem branco nem negro, nem brasileiro nem argentino. Que, pois, no
seio de nossa comunidade permitimos essa presença de Cristo em sua Palavra
tornar-se uma realidade vital-amorosa. – Senhor Jesus, permanece entre
nós em nós com a tua Palavra de graça e perdão porque só através dela temos a
tua salvação. Concede que essa Palavra, além da comunhão contigo, aumente a
comunhão entre aqueles que têm ti como Deus- Guia-Salvador. Amém” (Martinho Lutero Hoffmann
– Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite