Quinta, 09 de setembro de 2021

(Cl 3,12-17; Sl 150; Lc 6,27-38) 

23ª Semana do Tempo Comum.

“Que a palavra de Cristo, com toda sua riqueza, habite em vós.

Ensinai e admoestai-vos uns aos outros com toda a sabedoria” Cl 3,16a.

“A comunidade cristã se reúne ao redor do seu Mestre, evidentemente Jesus, o Cristo. No entanto, não o vemos. Podemos ver uma estátua, um quando ou um símbolo que remeta a Ele como, por exemplo, a cruz, as letras XPTO ou o X e o P encravados um no outro (lembremos o seguinte: a letra grega ‘P’, no caso é o ‘R’ do alfabeto latino; logo, XP e XPTO são abreviaturas da palavra ‘Cristo’). Isso tudo nós vemos, sobretudo, num templo cristão, mas o Cristo mesmo em carne e osso, esse não o vemos. Mesmo assim, Ele está presente. E essa presença deriva de sua divindade, que preenche os céus e a terra, presença à qual ninguém está imune, quer saiba disso e goste, quer não. Mas essa presença, digamos forçada, ainda não é aquela que nos instrui, conforta e salva. A segunda forma de presença que nós procuramos é aquela manifesta na Palavra e nos sacramentos. Nesse modo, Jesus está presente com sua graça, amor e perdão, e é com essa presença que nos instruímos e exortamos um ao outro fraternalmente, em prefeita humildade, considerando o irmão na fé um igual ou até superior a nós mesmos – baseados nisto: somos igualmente pecadores e somos igualmente redimidos por Cristo. Não há, pois, nem escravo nem livre, nem branco nem negro, nem brasileiro nem argentino. Que, pois, no seio de nossa comunidade permitimos essa presença de Cristo em sua Palavra tornar-se uma realidade vital-amorosa. – Senhor Jesus, permanece entre nós em nós com a tua Palavra de graça e perdão porque só através dela temos a tua salvação. Concede que essa Palavra, além da comunhão contigo, aumente a comunhão entre aqueles que têm ti como Deus- Guia-Salvador. Amém (Martinho Lutero Hoffmann – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

Pe. João Bosco Vieira Leite