(Ex 14,21—15,1; Sl Ex 15; Mt 12,46-50)
16ª Semana do Tempo Comum.
“Alguém disse a
Jesus: ‘Olha! Tua mãe e teus irmãos estão aí fora e querem falar contigo’” Mt 12,47.
“Um leitor desavisado
pode interpretar mal o texto evangélico e considerar as palavras de Jesus como
desvalorização de sua mãe. A passagem parece falar de um Jesus ríspido com os
familiares, com os quais evita se relacionar. O episódio deve ser entendido no
contexto da catequese do evangelista. Este desenvolve o tema do discipulado
cristão, mostrando em que base está alicerçado. No sentido negativo, não está
fundado nas relações sanguíneas e de parentesco com Jesus. Os parentes do
Mestre não têm um lugar especial na comunidade cristã, como se fossem cristãos
de primeira categoria. No sentido positivo, o discipulado cristão está fundado
na vontade do Pai, a ser buscada e posta em prática. O primeiro a buscar com
sinceridade o querer do Pai foi o Filho Jesus. Como Filho, assumiu a tarefa de
apresentar o projeto de Pai como pauta de ação e formar comunidades com quem
acolhesse essa proposta. É a comunidade dos discípulos do Reino! A importância
de Maria está no fato de ser totalmente aberta para Deus, e não em ser a mãe
biológica de Jesus. As poucas referências evangélicas a respeito dela frisam
essa dimensão de sua identidade. É como se fosse a primeira discípula, cuja
fidelidade lhe valeu a graça da escolha para ser mãe do Salvador.
Contemplando-a, é possível descobrir o caminho do autêntico discipulado. –
Senhor Jesus, que a contemplação do exemplo de Maria me ensine o caminho do
discipulado, feito de fidelidade ao querer do Pai” (Jaldemir
Vitório – Dia a dia nos passos de Jesus [Ano B] – Paulinas).
Pe. João Bosco Vieira Leite