(Ct 3,1-4; Sl 62[63]; Jo 20,1-2.11-18)
Santa Maria Madalena.
“Então Jesus disse:
‘Maria!’ Ela voltou-se e exclamou em hebraico: ‘Rabunni’ (que quer dizer
‘mestre’)”
Jo 20,16.
“Uma cena de
reconhecimento inédita descrita com duas palavras. A primeira, pronunciando
‘Maria’ desencadeia o reconhecimento imediato do Mestre. A segunda palavra
‘Rabuni’, como resposta de Maria, em reconhecimento instantâneo do Senhor. Quem
não conhece quando alguém conhecido nos chama pelo nome? Jesus não muda o tom
de voz. Não há disfarce. Há, sim, voz conhecida e resposta instantânea. Jesus
não usou um tom alto para se comunicar e não assustar Maria. É relevante
observar que seu nome pronunciado por Jesus facilita a identificação graciosa,
assim como as ovelhas que ‘ouvem’ a voz do pastor e a ‘reconhecem’ (10,3-4).
Aquela voz, pronunciando seu nome, trazia paz e calma para o seu coração triste
e pesarosos. Era familiar e distinta entre outras vozes. Trazia lembranças
agradáveis e transformava aquele momento em alegria. Era tudo o que uma pessoa
naquele estado poderia querer ouvir para erguer sua fé. O tom agradável da voz
de Jesus demonstrava amor, simpatia e servia fazendo reviver as esperanças. A
palavra ‘Maria’ atingiu-a em cheio e responde com seus lábios e toda a força do
seu ser: ‘Rabuni’. O Evangelista João mantém o termo original aramaico (dialeto
hebraico) e o traduz por Mestre. As escolas judaicas usavam três classificações
para seus professores: 1) Rab = ‘mestre’ – grau inferior; 2) Rabbi = ‘meu
mestre’ – grau médio, e 3) Rabuni = ‘meu Senhor, meu mestre’ – grau superior e
mais elevado de todos. Maria Madalena ficou fortalecida na fé e pôde anunciar
tudo que aprendera, principalmente, a respeito da ressurreição. Nós cristãos
não presenciamos os acontecimentos daquela época, porém temos aprendido
conteúdos maravilhosos com nosso Mestre Jesus. Temos ainda a impressão de
sermos chamados, individualmente, pelo nosso nome. – Senhor! Fomos
remidos e chamados pelo nome. Somos teus. Amém” (Arnaldo
Hoffmann Filho – Meditações para o dia a dia [2017] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite