Segunda, 12 de julho de 2021

(Ex 1,8-14.22; Sl 123[124]; Mt 10,34—11,1) 

15ª Semana do Tempo Comum.

“Quem não toma a sua cruz e não me segue não é digno de mim” Mt 10,38.

“Tomar a cruz é assumir as consequências do seguimento de Jesus. Com palavras fortes, Jesus ensina que a busca do Reino é exigente. Quem quiser imitá-lo, quem quiser segui-lo, deverá estar preparado para as adversidades. (Mt 10,34—11,1). A expressão tomar a cruz deve ser bem compreendida. Frequentemente ouço pessoas dizerem que carregam muitas cruzes em suas vidas – e, geralmente, essas cruzes estão relacionadas às questões familiares, mais especificamente às dificuldades de relacionamento. Entendo o que essas pessoas querem dizer, mas ‘tomar a cruz’ não é isso. Tomar a cruz é assumir as consequências do seguimento de Jesus. É suportar as exigências da construção do Reino, na luta pela justiça. Tomar a cruz é fazer o esforço da conversão. É esforçar-se para mudar, a partir de si mesmo, valores, crenças, ideias, comportamentos. Pode ser que, ao optar pelos valores do Evangelho, ao trabalhar pela construção do Reino, o discípulo de Jesus sofra incompreensões, injúrias, zombarias. A despeito das dificuldades, o discípulo deve manter-se firme. Mais uma palavra sobre os relacionamentos humanos. Cuidado ao julgar os outros, ao falar das dificuldades de relacionamento. Ninguém é ‘cruz’ de ninguém. Isso é um exagero. Dificuldades de relacionamento existem e precisam ser solucionadas, mas isso deve ser feito com cuidado, respeito, paciência e inteligência. Portanto, cuidado. Não exagere. Ninguém é ‘cruz’ de ninguém. Seja mais humilde. Assim como você se julga incompreendido e agredido por alguém, certamente uma outra pessoa se julga incompreendida e agredida por você. Portanto, tenha calma. – ‘Faze-me justiça, Senhor, pois sou íntegro e confio em ti sem fraquejar. Examina-me, Senhor, e coloca-me à prova, depura meus rins e meu coração: eu tenho diante dos olhos o teu amor, e ando na tua fidelidade. Meu pé está firme no caminho reto. Senhor, eu te bendigo nas assembleias’ (Sl 26,1-3.12) ” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).

 Pe. João Bosco Vieira Leite