(Gn 44,18-21.23-29; 45,1-5; Sl 104[105]; Mt 10,7-15)
14ª Semana do Tempo Comum.
“Ao entrardes numa
casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz;
se ela não for digna,
volte para vós a vossa paz” Mt 10,12-13.
“Jesus incumbiu aos
discípulos a tarefa de anunciarem e transmitirem a paz, o dom mais precioso do
reinado de Deus. Contudo, o Mestre também os alertou sobre aquela que seria a
maior das dificuldades: nem todos os destinatários seriam capazes de acolher o
precioso dom (Mt 10,7-15). A paz que o Cristo transmite não é coisa fácil de
realizar. Pelo contrário. É paz comprometedora, exigente, que nos leva a
assumir por completo a existência e a história humana, como aconteceu com o
próprio Mestre. Lembre-se: Jesus assumiu totalmente o drama da vida humana.
Conheceu o sofrimento dos mais pobres, daqueles que eram considerados impuros e
malditos pelo discurso oficial do império e da religião. Conheceu o drama de
mulheres, de estrangeiros, de crianças e de enfermos. Conheceu o preconceito, o
desprezo e as humilhações que diminuíam a vida do seu povo. Jesus conheceu a
aflição que pesava sobre seu povo, sobre sua gente. E foi essa realidade dura,
sofrida que despertou nele a vontade de comunicar a paz do Reino, de construir
a paz do Reino. Paz de quem não é indiferente às dores desse mundo. Paz de quem
procura vencer os preconceitos. Paz de quem não deixa o medo dominar e sufocar a
vida. Paz de quem trabalha para diminuição ou superação dos conflitos. Paz de
quem busca a plenitude da existência e das relações. Paz de quem reconhece a
humanidade como sua própria família (Jo 10,7-18). Paz de quem acredita no Deus
que caminha entre os seres humanos e recria toda a existência (Is 43,14-21).
Jesus foi humano por inteiro, e também Ele buscava a plenitude, a integridade
das coisas e das pessoas. Foi essa paz que Jesus buscou e foi essa paz que Ele
mandou os discípulos comunicarem – a paz de uma vida plena, abundante. Quem
souber acolher esse chamado trabalhará pela verdadeira paz. – Senhor,
fazei-me instrumento de vossa paz! ” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho
– Meditações para o dia a dia [2015] Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite