Quinta, 08 de julho de 2021

(Gn 44,18-21.23-29; 45,1-5; Sl 104[105]; Mt 10,7-15) 

14ª Semana do Tempo Comum.

“Ao entrardes numa casa, saudai-a. Se a casa for digna, desça sobre ela a vossa paz;

se ela não for digna, volte para vós a vossa paz” Mt 10,12-13.

“Jesus incumbiu aos discípulos a tarefa de anunciarem e transmitirem a paz, o dom mais precioso do reinado de Deus. Contudo, o Mestre também os alertou sobre aquela que seria a maior das dificuldades: nem todos os destinatários seriam capazes de acolher o precioso dom (Mt 10,7-15). A paz que o Cristo transmite não é coisa fácil de realizar. Pelo contrário. É paz comprometedora, exigente, que nos leva a assumir por completo a existência e a história humana, como aconteceu com o próprio Mestre. Lembre-se: Jesus assumiu totalmente o drama da vida humana. Conheceu o sofrimento dos mais pobres, daqueles que eram considerados impuros e malditos pelo discurso oficial do império e da religião. Conheceu o drama de mulheres, de estrangeiros, de crianças e de enfermos. Conheceu o preconceito, o desprezo e as humilhações que diminuíam a vida do seu povo. Jesus conheceu a aflição que pesava sobre seu povo, sobre sua gente. E foi essa realidade dura, sofrida que despertou nele a vontade de comunicar a paz do Reino, de construir a paz do Reino. Paz de quem não é indiferente às dores desse mundo. Paz de quem procura vencer os preconceitos. Paz de quem não deixa o medo dominar e sufocar a vida. Paz de quem trabalha para diminuição ou superação dos conflitos. Paz de quem busca a plenitude da existência e das relações. Paz de quem reconhece a humanidade como sua própria família (Jo 10,7-18). Paz de quem acredita no Deus que caminha entre os seres humanos e recria toda a existência (Is 43,14-21). Jesus foi humano por inteiro, e também Ele buscava a plenitude, a integridade das coisas e das pessoas. Foi essa paz que Jesus buscou e foi essa paz que Ele mandou os discípulos comunicarem – a paz de uma vida plena, abundante. Quem souber acolher esse chamado trabalhará pela verdadeira paz. – Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz! ” (Marcos Daniel de Moraes Ramalho – Meditações para o dia a dia [2015] Vozes). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite