(Eclo 44,1.10-15; Sl 131[132]; Mt 13,16-17)
São Joaquim e Sta. Ana, pais de Maria.
“Vamos fazer o elogio
dos homens famosos, nossos antepassados através das gerações” Eclo 44,1.
“Na Sagrada Escritura
conta-se que a mãe de Samuel, Ana, na aflição da esterilidade que lhe tirava o
privilégio da maternidade, dirigiu-se com fervorosa oração ao Senhor e fez
promessa de consagrar ao serviço de Deus o futuro filho. Obtida a graça, após
ter dado à luz o pequeno Samuel, levou-o a Silo, onde estava guardada a arca da
aliança e o confiou ao sacerdote Eli, após tê-lo oferecido ao Senhor. Tomando
isso como ponto de partida o Protoevangelho de Tiago, apócrifo do século
segundo, traça a história de Joaquim e Ana, pais da Bem-aventurada Virgem
Maria. A piedosa esposa de Joaquim, após longa esterilidade, obteve do Senhor o
nascimento de Maria, que aos três anos levou ao Templo, deixando-a ao serviço
divino, cumprindo o voto feito. O fundamento histórico provável, embora na
discordante literatura apócrifa, é de algum modo revestido de elementos
secundários, copiados da história da mãe de Samuel. Faltando no Evangelho
qualquer menção dos pais de Nossa Senhora, não outra fonte senão os apócrifos,
nos quais não é impossível encontrar, entre os predominantes elementos
fantásticos, alguma informação autêntica, recolhida por antigas tradições
orais. O culto para com os santos pais da Bem-aventurada Virgem é muito antigo,
entre os gregos sobretudo. No Oriente venerava-se santa Ana no século XV. Em
1584 foi instituída a festividade de santa Ana, enquanto são Joaquim era
deixado discretamente de lado, talvez pela própria discordância sobre o seu
nome que se revela em outros escritos apócrifos, posteriores ao Protoevangelho
de Tiago. Além do nome de Joaquim, ao pai da Virgem Santíssima é dado o nome de
Cléofas, de Sadoc e de Eli. Os dois santos eram comemorados separadamente:
santa Ana a 25 de julho pelos gregos e no dia seguinte pelos latinos. Em 1584
também são Joaquim achou espaço do calendário litúrgico, primeiro a 20 de
março, para passar ao domingo da oitava da Assunção em 1738, em seguida a 16 de
agosto em 1913 e depois reunir-se com a santa esposa no novo calendário
litúrgico, no dia 26 de julho. ‘Pelos frutos conhecereis árvore’, disse Jesus
no Evangelho. Nós conhecemos a flor e fruto suavíssimo vindo da velha planta: a
Virgem Imaculada, isenta do pecado de origem desde o primeiro instante de sua
concepção, por um privilégio único, para ser depois o tabernáculo vivo do Deus
feito homem. Pela santidade do fruto, Maria, deduzimos a santidade dos pais,
Ana e Joaquim” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada
Dia – Paulus).
Pe. João Bosco Vieira Leite