Sexta, 16 de julho de 2021

(Zc 2,14-17; Sl Lc 1; Mt 12,46-50) 

Nossa Senhora do Carmo.

“Rejubila, alegra-te, cidade de Sião, eis que venho para habitar no meio de ti, diz o Senhor” Zc 12,14.

“A ordem dos carmelitas, uma das mais antigas na história da Igreja, embora considere o profeta Elias como seu patriarca modelo, não tem um verdadeiro fundador, mas tem um grande amor: o culto a Maria, honrada como a Bem-aventurada Virgem do Carmo. ‘O Carmo – disse o cardeal Piazza, carmelita – existe para Maria e Maria é tudo para o Carmelo, na sua origem e na sua história, na sua vida de lutas e de triunfos, na sua vida interior e espiritual’. Elias e Maria estão unidos numa narração que tem sabor de lenda. Refere o Livro das instituições dos primeiros monges: ‘Em lembrança da visão que mostrou ao profeta a vinda desta Virgem sob a figura de uma pequena nuvem que saía da terra e se dirigia para o Carmelo (cf. 1Rs 18,20-45) ’. Os monges, no ano 93 da Encarnação do Filho de Deus, destruíram a antiga casa e construíram uma capela sobre o monte Carmelo, perto da fonte de Elias em honra desta primeira Virgem voltada para Deus. Expulsos pelos sarracenos no século XIII, os monges que haviam, entretanto recebido do patriarca de Jerusalém, santo Alberto, em tão bispo de Vercelli, uma regra aprovada em 1226 pelo papa Honório III, se voltaram ao Ocidente e aí fundaram vários mosteiros, superando várias dificuldades, nas quais, porém, puderam experimentar a proteção da Virgem. Um episódio em particular sensibilizou os devotos: ‘Os irmãos suplicavam humildemente a Maria que os livrasse das insídias infernais. A um deles, Simão Stock, enquanto assim rezava, a Mãe de Deus apareceu acompanhada de uma multidão de anjos, segurando na mão o escapulário da ordem e lhe disse: ‘Eis o privilégio que dou a ti e a todos os filhos do Carmelo: todo o que for revestido deste hábito será salvo’. Os críticos consideram espúria, isto é, não autêntica, a bula de João XXIII em que se fala do privilégio sabatino de ficar livres do inferno e do purgatório no primeiro sábado após a morte, mas muitos papas têm falado disso em sentido positivo. Numa bula de 11 de fevereiro de 1950, Pio XII convidava a ‘colocar em primeiro lugar, entre as devoções marianas, o escapulário que está ao alcance de todos’: entendido como ‘veste mariana’, esse é de fato um ótimo símbolo da proteção da Mãe celeste, enquanto sacramental extrai o seu valor das orações da Igreja e da confiança e amor daqueles que o usam” (Mario Sgarbosa e Luigi Giovannini – Um Santo para cada Dia – Paulus). 

 Pe. João Bosco Vieira Leite