Sábado, 31 de julho de 2021

(Lv 25,1.8-17; Sl 66[67]; Mt 14,1-12) 

17ª Semana do Tempo Comum.

“Nesse ano de jubileu, cada um poderá retornar à sua propriedade” Lv 25,13.

“Na história e na vida do Povo de Deus, a cada cinquenta anos acontecia uma grande mudança. Todos readquiriam suas posses. As terras e as posses eram redistribuídas. Os latifundiários da época, que tinham tirado a terra dos pequenos, tinham a obrigação de restituí-la. Todos retornavam aos grupos familiares de origem. O ano sabático era o ano do Senhor. O ano das grandes transformações sociais. Nossa história brasileira, não de cinquenta anos, mas de quinhentos anos, necessita de um ano sabático. É a grande revolução. A grande reforma agrária. A grande redistribuição de terras. As multidões que passam fome em nossas grandes cidades, em sua grande maioria foram expulsas do meio rural. Tinham seu pequeno pedaço de terra. Grandes proprietários foram se adonando da terra. De uma maneira ou outra se sentiram obrigados a engrossar as margens das cidades para não morrer de fome e de doenças. Para executar esse ano jubilar é necessário o surgimento de profetas. Há na sociedade uma sede de novos Moisés. Pessoas que saibam acolher a vontade de Deus, que saibam acolher a justiça, que saibam escutar as necessidades do povo. A Terra, a educação, a economia, o lazer, tudo está cada vez mais nas mãos de menos gente. Nossos irmãos e irmãs necessitam de governantes, nascidos do povo e que saibam escutar o clamor deste mesmo povo. Porém, antes de esperarmos dos outros, dentro de nós deve nascer Moisés. Dentro de cada um deve nascer um profeta do ano jubilar. Quando a voz dos pequenos profetas se unirem em coro, nossa esperança brotará. – Deus dos pequenos e dos injustiçados, Deus que escutais a voz dos que sofrem e gritam por vida e vida melhor, concedei-nos governantes que saibam ver e escutar as necessidades de todos. Que aconteça em cada um de nós, em cada pequena comunidade e em toda a nação o ano da graça, o ano jubilar, para que o povo tenha o direito de fazer a festa da vida. Amem” (Wilson João Sperandio – Graças a Deus [1995] – Vozes).

  Pe. João Bosco Vieira Leite