(Tg 1,12-18; Sl 93[94]; Mc 8,14-21)
6ª Semana do Tempo Comum.
“Então Jesus os
advertiu: ‘Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o
fermento de Herodes’” Mc 8,15.
“Para termos uma vida
cristã autêntica, tudo depende da sinceridade com que respondemos a esta
pergunta: ‘Quem é Jesus para mim, para nossa comunidade, para nossa família,
para as diversas realidades nas quais o cristão está? ’ Esta questão – ‘Quem é
Jesus’ – pede abertura de nós próprios. Qual porta de entrada da alma, daquilo
que constitui nossa identidade, os ‘olhos’ representam aqui o começo de tudo.
Tudo depende do modo como vemos. Daí a advertência direta de Jesus: ‘Abri os
olhos’. Para quantos a vida segue, os fatos e suas interpretações várias
sucedem, e os olhos permanecem fechados! Nada de fechamentos! ‘Abri os olhos’,
adverte Jesus, como que a dizer: não se deixem enganar pelas aparências. Ou
melhor: olhem direto as aparências! Elas já revelam o que está oculto, o que
não aparece, aquilo que realmente importa e que vai escondido, misturado com
tudo, qual ‘fermento na massa’. Todos nós sabemos: fermento é o ingrediente
necessário para o crescimento da massa de alguns alimentos. Jesus adverte para
que vejamos e tomemos cuidado com aquilo que faz os fariseus e Herodes
crescerem. De que fermento se trata? O que segue escondido em fariseus e em
Herodes, com o qual devemos cuidar, dar atenção, observar, olhar bem? No
contexto mais amplo do cap. 8 do Evangelho de Marcos, tanto fariseus
(fervorosos religiosos) quanto Herodes (representante político) têm como
‘fermento’ um messianismo compreendido de modo nacionalista e político, ou
seja, um messias mundano. Diante de um Deus assim compreendido, só pode Jesus dizer:
cuidado! Não se deixe enganar por este fermento! É preciso compreender que o
Deus que é Pai de Misericórdia não se impõe com violência, mas se oferece na
doação generosa de cada gesto de amor à liberdade humana. – Na
travessia de nossa vida, deixamo-nos enganar por incompreensões do sagrado!
Sim, Senhor, é bom sermos corrigidos por ti. Obrigado por sua paciência para
conosco, Senhor. Amém” (Adriano Freixo Pinto – Meditações para o
dia a dia [2015] – Vozes).
Pe. João Bosco Vieira Leite