Terça, 18 de fevereiro de 2020


(Tg 1,12-18; Sl 93[94]; Mc 8,14-21) 
6ª Semana do Tempo Comum.

“Então Jesus os advertiu: ‘Prestai atenção e tomai cuidado com o fermento dos fariseus e com o fermento de Herodes’” Mc 8,15.

“Para termos uma vida cristã autêntica, tudo depende da sinceridade com que respondemos a esta pergunta: ‘Quem é Jesus para mim, para nossa comunidade, para nossa família, para as diversas realidades nas quais o cristão está? ’ Esta questão – ‘Quem é Jesus’ – pede abertura de nós próprios. Qual porta de entrada da alma, daquilo que constitui nossa identidade, os ‘olhos’ representam aqui o começo de tudo. Tudo depende do modo como vemos. Daí a advertência direta de Jesus: ‘Abri os olhos’. Para quantos a vida segue, os fatos e suas interpretações várias sucedem, e os olhos permanecem fechados! Nada de fechamentos! ‘Abri os olhos’, adverte Jesus, como que a dizer: não se deixem enganar pelas aparências. Ou melhor: olhem direto as aparências! Elas já revelam o que está oculto, o que não aparece, aquilo que realmente importa e que vai escondido, misturado com tudo, qual ‘fermento na massa’. Todos nós sabemos: fermento é o ingrediente necessário para o crescimento da massa de alguns alimentos. Jesus adverte para que vejamos e tomemos cuidado com aquilo que faz os fariseus e Herodes crescerem. De que fermento se trata? O que segue escondido em fariseus e em Herodes, com o qual devemos cuidar, dar atenção, observar, olhar bem? No contexto mais amplo do cap. 8 do Evangelho de Marcos, tanto fariseus (fervorosos religiosos) quanto Herodes (representante político) têm como ‘fermento’ um messianismo compreendido de modo nacionalista e político, ou seja, um messias mundano. Diante de um Deus assim compreendido, só pode Jesus dizer: cuidado! Não se deixe enganar por este fermento! É preciso compreender que o Deus que é Pai de Misericórdia não se impõe com violência, mas se oferece na doação generosa de cada gesto de amor à liberdade humana. – Na travessia de nossa vida, deixamo-nos enganar por incompreensões do sagrado! Sim, Senhor, é bom sermos corrigidos por ti. Obrigado por sua paciência para conosco, Senhor. Amém” (Adriano Freixo Pinto – Meditações para o dia a dia [2015] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite