(1Rs 12,26-32; 13,33-34; Sl 105[106]; Mc 8,1-10)
5ª Semana do
Tempo Comum.
“Os discípulos
disseram: ‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’” Mc 8,4.
“Marcos conta duas
multiplicações dos pães. Alguns exegetas acham que ele se refere duas vezes ao
mesmo fato. Mas a estrutura do Evangelho de Marcos mostra a importância que ele
atribui aos dois textos. Marcos dá um valor todo especial à reação dos
discípulos. Na segunda multiplicação dos pães, os discípulos reagem como se tivessem
esquecido a primeira. Eles ainda não sabem quem é esse Jesus. Parecem cegos.
Marcos descreve as duas multiplicações dos pães no meio de três relatos de
travessia de barco. Nessas travessias, Jesus também mostra aos discípulos o seu
poder sobrenatural. Mas nem assim chegam a fé. Na terceira travessia, Jesus
chega a repreendê-los severamente: ‘Ainda não atinais e não compreendeis?
Tendes o coração endurecido? Tendes olhos: não vedes? Tendes ouvidos: não
ouvis?’ (8,17s). Nem as duas multiplicações dos pães nem as duas travessias do
lago, ocasiões em que puderam experimentar o poder de Jesus, fizeram com que os
discípulos abrissem seus corações à fé. Continuando em sua cegueira, eles
servem de advertência constante ao leitor, para que leia o Evangelho de olhos
abertos e coração preparado” (Anselm Grun – Jesus,
Caminho para a Liberdade – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite