Sábado, 15 de fevereiro de 2020


(1Rs 12,26-32; 13,33-34; Sl 105[106]; Mc 8,1-10) 
5ª Semana do Tempo Comum.

“Os discípulos disseram: ‘Como poderia alguém saciá-los de pão aqui no deserto?’” Mc 8,4.

“Marcos conta duas multiplicações dos pães. Alguns exegetas acham que ele se refere duas vezes ao mesmo fato. Mas a estrutura do Evangelho de Marcos mostra a importância que ele atribui aos dois textos. Marcos dá um valor todo especial à reação dos discípulos. Na segunda multiplicação dos pães, os discípulos reagem como se tivessem esquecido a primeira. Eles ainda não sabem quem é esse Jesus. Parecem cegos. Marcos descreve as duas multiplicações dos pães no meio de três relatos de travessia de barco. Nessas travessias, Jesus também mostra aos discípulos o seu poder sobrenatural. Mas nem assim chegam a fé. Na terceira travessia, Jesus chega a repreendê-los severamente: ‘Ainda não atinais e não compreendeis? Tendes o coração endurecido? Tendes olhos: não vedes? Tendes ouvidos: não ouvis?’ (8,17s). Nem as duas multiplicações dos pães nem as duas travessias do lago, ocasiões em que puderam experimentar o poder de Jesus, fizeram com que os discípulos abrissem seus corações à fé. Continuando em sua cegueira, eles servem de advertência constante ao leitor, para que leia o Evangelho de olhos abertos e coração preparado” (Anselm Grun – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite