(Tg 3,13-18; Sl 18[19B]; Mc 9,14-29)
7ª Semana do Tempo
Comum.
“Jesus respondeu:
‘Essa espécie de demônio não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela
oração’” Mc 9,29.
“Jesus cura um rapaz
que amiúde sofre de convulsões. À primeira vista o rapaz possesso apresenta os
sintomas típicos de um epilético. Mas, se entendermos o episódio como a cura de
um rapaz epilético, este terá pouco a ensinar. A história se torna muito mais
interessante quando passamos a ver na descrição que Marcos nos dá do doente uma
imagem de nosso estado interior e quando a cura do rapaz é analisada também sob
a perspectiva da terapia do relacionamento entre pai e filho. [...] Marcos nos
conta a cura do jovem possesso logo depois da cena em que Jesus ficou
transfigurado diante dos olhos de seus discípulos. Esta é sua verdadeira
figura, em que se torna visível o que ele é de verdade: o Filho bem-amado de
Deus, no qual resplandece a glória divina. Imediatamente após essa experiência
intensa do verdadeiro ser de Jesus, Marcos descreve um jovem que sofre por
causa do relacionamento com o pai cuja beleza e dignidade são desfiguradas por
crises de epilepsia. Jesus restabeleceu sua dignidade, de modo que também nele
possa resplandecer a glória de Deus. Além disso fica demonstrado que o rapaz
não é apenas filho de um pai físico, mas também do filho amado de Deus. Quando
as pessoas estão envolvidas em relações maléficas, estão sob o poder dos
demônios. Os discípulos não conseguem expulsar o demônio. Jesus os adverte:
‘Esta espécie de espírito, nada o pode fazer sair, a não ser a oração’ (9,29).
Só quando percebemos na oração que somos filhos e filhas amados de Deus,
conseguimos livrar-nos das amarras demoníacas, e a glória de Deus pode
resplandecer também em nós” (Anselm Grun – Jesus, Caminho para a
Liberdade – Loyola).
Pe. João Bosco Vieira Leite