Segunda, 24 de fevereiro de 2020


(Tg 3,13-18; Sl 18[19B]; Mc 9,14-29) 
7ª Semana do Tempo Comum.

“Jesus respondeu: ‘Essa espécie de demônio não pode ser expulsa de nenhum modo, a não ser pela oração’” Mc 9,29.

“Jesus cura um rapaz que amiúde sofre de convulsões. À primeira vista o rapaz possesso apresenta os sintomas típicos de um epilético. Mas, se entendermos o episódio como a cura de um rapaz epilético, este terá pouco a ensinar. A história se torna muito mais interessante quando passamos a ver na descrição que Marcos nos dá do doente uma imagem de nosso estado interior e quando a cura do rapaz é analisada também sob a perspectiva da terapia do relacionamento entre pai e filho. [...] Marcos nos conta a cura do jovem possesso logo depois da cena em que Jesus ficou transfigurado diante dos olhos de seus discípulos. Esta é sua verdadeira figura, em que se torna visível o que ele é de verdade: o Filho bem-amado de Deus, no qual resplandece a glória divina. Imediatamente após essa experiência intensa do verdadeiro ser de Jesus, Marcos descreve um jovem que sofre por causa do relacionamento com o pai cuja beleza e dignidade são desfiguradas por crises de epilepsia. Jesus restabeleceu sua dignidade, de modo que também nele possa resplandecer a glória de Deus. Além disso fica demonstrado que o rapaz não é apenas filho de um pai físico, mas também do filho amado de Deus. Quando as pessoas estão envolvidas em relações maléficas, estão sob o poder dos demônios. Os discípulos não conseguem expulsar o demônio. Jesus os adverte: ‘Esta espécie de espírito, nada o pode fazer sair, a não ser a oração’ (9,29). Só quando percebemos na oração que somos filhos e filhas amados de Deus, conseguimos livrar-nos das amarras demoníacas, e a glória de Deus pode resplandecer também em nós” (Anselm Grun – Jesus, Caminho para a Liberdade – Loyola).

Pe. João Bosco Vieira Leite