Sábado, 8 de fevereiro de 2020


(1Rs 3,4-13; Sl 118[119]; Mc 6,30-34) 
4ª Semana do Tempo Comum.

“Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão,
porque eram como ovelhas sem pastor” Mc 6,34.

“Ovelhas são animais fracos, indefesos e, até certo ponto, estúpidos. São vítimas fáceis para todos os lobos da vida. E ovelhas sem pastor, então, nem se fala! Certa vez, Jesus viu uma grande multidão, multidão ávida de sensações, de novidades; multidão que deixou até seus afazeres normais para seguir a Jesus, pois era Jesus a sensação do momento. Quando ele, porém, a viu, não pôde dominar um sentimento de compaixão. Por que? Porque eram como ovelhas que não têm pastor. A imagem de Jesus cala fundo em nossa alma. Quantas vezes nos metemos nesse rebanho sem aquela palavra abalizada? Queremos um Cristo assim, queremos um Cristo assado, mas perdemos de vista o Cristo da Cruz e do túmulo vazio. As multidões queriam um Cristo a seu gosto, um Cristo milagreiro e demagógico, um Cristo que desse ao mesmo tempo o circo e o pão. Ele deu o pão, mas não o circo. Em lugar disso, ensinou-lhes muitas coisas. O texto não diz o que eram essas ‘muitas coisas’. Supomos tratar-se daquilo que normalmente Jesus pregava: palavras que convidavam ao arrependimento e à fé e estimulavam à vida em amor. Continuamos nós como ovelhas sem pastor? Continuamos sem entender a proposta de Jesus? Quando a Igreja Cristã se debruça sobre si mesma, ela muitas vezes encontra um doloroso vazio, não do Pastor, que continua ali com sua palavra de arrependimento e fé, mas das ovelhas, que correm para tantos outros pastores à procura de tantas outras coisas para ouvir. O Pastor, porém, continua a postos compadecendo-se de nós e ensinando-nos todas as coisas do seu reino de amor. – Senhor Jesus, tu és meu Bom Pastor. Quero ouvir sempre a tua Palavra, que me alerta e orienta, instrui e conforta, salva e transforma. Amém (Martinho Lutero e Iracy Dourado Hoffmann – Graças a Deus [1995] – Vozes).

Pe. João Bosco Vieira Leite