Terça, 13 de agosto de 2019


(Dt 31,1-8; Sl Dt 32; Mt 18,1-5.10.12-14) 
19ª Semana do Tempo Comum.

“Quem se faz pequeno como esta criança, esse é o maior no reino dos céus” Mt 18,4.

“No capítulo 18, Mateus agrupa palavras de Jesus que devem regular a vida da comunidade cristã. Mateus já falou da Igreja no capítulo 10. Mas lá estava em questão a missão da Igreja para fora; agora ele trata da convivência dos cristãos. Para Mateus, a Igreja é essencialmente comunidade. E isso implica conflitos e tensões. Ainda não descreve os cargos da comunidade eclesial, mas esses cargos devem ter existido. E Mateus sabia que tais cargos podem facilmente ensejar abusos. Assim, pode surgir até entre os cristãos a questão de quem seja o maior. Por isso, insiste com aqueles que ocupam algum cargo, mas também com a comunidade, que o convívio deve orientar-se antes de tudo na misericórdia. Em vez de fazer alarde, a comunidade deve dar atenção aos pequenos, às pessoas sem importância e aos desprezados. E quando um membro da comunidade erra, esta deve fazer tudo para trazer de volta a ovelha desgarrada. Mateus dá uma interpretação da ovelha desgarrada (18,12-14) que diverge da visão de Lucas. No evangelho de Lucas, Jesus lança mão dessa parábola para descrever-se a si próprio: ele foi atrás de nós, homens que estavam extraviados nos abismos desse mundo e, carregando-nos carinhosamente em seus ombros, nos levou de volta ao Pai. Estávamos perdidos, mas ele soube encontrar-nos para que, nele, nos encontrássemos a nós mesmos. No evangelho de Mateus, a parábola visa ensinar aos dirigentes cristãos que não devem satisfazer-se com aqueles que integram a comunidade sem causar preocupações maiores, antes devem ir atrás daqueles que erram e se desviaram do caminho verdadeiro” (Anselm Grun – Jesus: mestre da salvação – Loyola).       

Pe. João Bosco Vieira Leite