Quarta, 07 de agosto de 2019


(Nm 13,1-2.25—14,1.26-30.34-35; Sl 105[106]; Mt6 15,21-28). 
18ª Semana do Tempo Comum.

“Diante disso, Jesus lhe disse: ‘Mulher, grande é a tua fé! Seja feito como tu queres!’
E, desde aquele momento, sua filha ficou curada” Mt 15,28.

“Em terra pagã, Jesus vê aproximar-se uma mulher não judia, que tem um problema dramático: o estado de uma filha gravemente doente. Esta terrível condição obriga-a a ultrapassar quaisquer preconceitos, pedindo misericórdia para sua própria pessoa, e expondo a Jesus o caso daquela que tanto ama, embora sem lhe pedir explicitamente a cura. Esta situação não suscita nenhum interesse no destinatário de suas palavras. Então são os discípulos que intervêm, por motivos bem diferentes dos daquela mãe: pedem a Jesus que tenha compaixão daquela mulher. Não por solidariedade humana, mas para acabar com a vibrante manifestação das suas exigências, e, portanto, para recuperarem a tranquilidade perturbada. As primeiras palavras do Senhor são extremamente bruscas: essa mulher e a sua filha estão fora da missão que trouxe o Filho de Deus à terra. O coração do texto é a troca de palavras dos versículos 25-27. Perante a afirmação de Jesus que, fora de metáfora, atribui à interlocutora e à sua filha uma dignidade muito inferior à de qualquer judeu, a mãe, absolutamente determinada, reconhece a superioridade total de Jesus e confia numa parte mínima das possibilidades de intervenção do Mestre. Isto provoca um salto de qualidade também na ‘maturação’ humana e missionária de Jesus: o versículo 26 determina o êxito positivo para a mulher e para a sua filha, no final de um episódio, no qual nem ela nem o Senhor ficam como antes” (Giuseppe Casarin – Lecionário Comentado – Paulus).

 Pe. João Bosco Vieira Leite