Sexta, 23 de agosto de 2019


(2Cor 10,17—11,2; Sl 148; Mt 13,44-46) 
Santa Rosa de Lima.

“O reino dos céus é como um tesouro escondido no campo. Um homem o encontra e o mantém escondido. Cheio de alegria, ele vai, vende todos os seus bens e compra aquele campo” Mt 13,44.

“A primeira santa do Novo Mundo só podia ser uma flor transplantada da Europa: Isabel Flores y de Oliva, filha de pais espanhóis que emigraram para a rica colônia do Peru. Quem a chamou de Rosa foi a empregada, admirada com a extraordinária beleza da menina. Assim, mais tarde, quando ingressou na Ordem Terceira dominicana, Isabel quis chamar-se Rosa de Santa Maria, enriquecendo com essa flor o jardim dos santos. Pertence à ordem dominicana do mesmo modo que santa Catarina de Sena, da qual foi perfeita imitadora. Não havendo um convento feminino, construiu sua cela no jardim da casa paterna e, como a família empobrecera, ganhou a vida executando serviços braçais, no trabalho dos campos e no de costura, ficando com frequência até tarde da noite a remendar à luz de uma vela, com poucas horas de sono em uma enxerga feita de estopa. Na cintura trazia o constante cilício de áspera crina - num desejo de sofrimento inconcebível para quem não adentrou os segredos da ascese cristã. Às penitências corporais voluntárias logo acrescentou os sofrimentos de uma longa doença, em grande parte causados pelas privações que Rosa se impunha. E, para os que a confortavam, tinha sempre a resposta que sabem dar os santos: ‘As doçuras e a felicidade que me podem oferecer o mundo são apenas uma sombra em relação àquilo que sinto’. Visto de fora, este mundo podia parecer um recando de dor, mas internamente era um verdadeiro florescimento da graça que dá a verdadeira alegria: ‘Se os homens soubessem’, dizia ainda, ‘o que é viver na graça, não se assustariam com nenhum sofrimento e aceitariam bem qualquer pena, porque a graça é fruto da paciência’. Paciência que significa capacidade de sofrer, e Rosa soube aceitar e suportar sofrimentos – quer físicos, quer psíquicos – que teriam desencorajado um Jó. Ficou só nos últimos meses de vida e foi recolhida do leito de suas dores pelo casal Maza. Morreu como havia previsto pouco antes: no dia de são Bartolomeu, a 24 de agosto. Foi canonizada em 1671” (Mario Sgarbossa – Os santos e beatos da Igreja do Ocidente e do Oriente – Paulinas).   

 Pe. João Bosco Vieira Leite