Quinta, 08 de agosto de 2019


(Nm 20,1-13; Sl 94[95]; Mt 16,13-23) 
18ª Semana do Tempo Comum.

“Respondendo, Jesus lhe disse: ‘Feliz és tu, Simão, filho de Jonas, porque não foi um ser humano que te revelou isso, mas o meu Pai que está no céu. Por isso eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra construirei a minha Igreja, e o poder do inferno nunca poderá vencê-la.’” Mt 16,17-18.

“Jesus declara Pedro bem-aventurado, pois este fez a confissão de fé que corresponde verdadeiramente ao mistério de Deus e ao mistério de Jesus. Mateus quer convidar todos os cristãos a aderir a essa fé. A promessa feita a Pedro recebeu interpretações controversas na história da Igreja: ‘Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja, e a potência da morte não terá força contra ela’ (16,18). A Igreja oriental segue a interpretação de Orígenes: a pedra sobre a qual Jesus edifica a sua Igreja é a fé de Pedro. Quando os cristãos creem como Pedro, a Igreja está firmemente erguida sobre uma pedra, e as potências da morte nada poderão contra ela. Por mais que surjam potências da escuridão dentro e ao redor dela, a Igreja não sucumbirá ao seu poder. Já Agostinho interpreta a palavra de Jesus de outra maneira. A pedra sobre a qual se ergue a Igreja é Jesus. Paulo chamou Jesus de rochedo (1Cor 10,4). Pedro recebeu o seu nome do rochedo (= pedra) que é Jesus. Essa interpretação de Agostinho marcou a Idade Média. Ao lado desta havia a interpretação romana que aplicava a Pedro e, depois dele, ao papado. Essa interpretação remonta ao papa Leão Magno, que entende o texto mais em sentido espiritual do que jurídico. A Igreja ergue-se sobre a pedra quando Pedro permanece vivo com a sua profissão de fé no papa e como representante dela. Considero a interpretação de Orígenes a mais expressiva. Jesus chama Pedro de bem-aventurado por causa de sua fé e de seu entendimento. Essa fé serve de padrão aos cristãos. Não se trata de uma fé que é professada apenas por palavras, mas pela vida, por uma vida marcada pela liberdade dos filhos e das filhas de Deus, pela experiência de sua dignidade divina e pela vivência da vida que provém do Deus de Jesus Cristo” (Anselm Grun – Jesus: mestre da salvação – Loyola).

 Pe. João Bosco Vieira Leite